Rússia retoma compras de carne suína e bovina do Brasil

Publicado em 31/10/2018 18:18
O ministro Blairo Maggi recebeu, nesta quarta-feira (31), o comunicado oficial do Serviço Sanitário Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor)

A Rússia vai retomar as importações de carne suína e bovina do Brasil a partir desta quinta-feira (1/11). Os embarques estavam suspensos desde o início de dezembro de 2017, devido à contaminação cruzada (acidental, não intencional) pelo promotor de crescimento ractopamina, na formulação de rações usadas na alimentação dos animais. E o país tem restrições ao produto. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, recebeu nesta quarta-feira (31) o comunicado oficial do Serviço Sanitário Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor), e comemorou a decisão “tomada depois de vários meses de negociações”.

O documento russo informa que “é possível remover as restrições impostas a todas as empresas exportadoras, levando em conta a análise das medidas adotadas pelo Brasil e as garantias fornecidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do ministério, sobre o cumprimento das condições de produção e vendas de produtos de empresas brasileiras”. O serviço sanitário russo também analisou os resultados dos estudos laboratoriais de produtos elaborados por empresas brasileiras.

O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, explica que “foi feito um trabalho intenso de rastreabilidade e segregação na produção para atender aos requisitos do mercado russo, embora a ractopamina seja um produto seguro”. Todas as medidas adotadas foram acompanhadas de trabalhos técnicos e de discussões com as autoridades sanitárias russas. “Esperamos que o setor privado entenda que as ações de certificação e segregação são necessárias para preservar este mercado”, alertou Rangel. Conforme o secretário “o ministério sempre estará preparado para discutir tecnicamente com os russos, mas as garantias que devem ser dadas ao longo da cadeia produtiva são de responsabilidade do produtor e do frigorífico”.

O secretário espera que com a retomada das exportações as empresas adquiram o fôlego que perderam ao longo de 2018 com a greve dos caminhoneiros e com o consequente desabastecimento causado pela paralisação.

As empresas que estavam suspensas e irão retomar as exportações são: Barra Mansa Comércio de Carnes e Derivados Ltda (SIF 941 - carne bovina desossada e carne suína e carne suína in natura); Agra Agroindustrial de Alimentos S/A (SIF 3941 - abate de gado, corte, armazenamento de carne bovina; carne suína crua); Alibem Alimentos S/A (SIF 2146 - carne suína e carne suína crua); Alibem Alimentos S/A. (SIF 915 - carne suína e carne suína crua); Adelle Indústria de Alimentos Ltda (SIF 15 - suínos para abate, corte e estocagem de carne suína, produção de subprodutos e carne de suíno gordo); Minerva S/A (SIF 431 - carne bovina desossada e carne crua); Cooperativa Central Aurora Alimentos (SIF 3847 - carne suína e carne suína crua); Frigorífico Astra do Paraná Ltda (SIF 1251- abate e corte de gado); Frigorífico Vale do Sapucaí Ltda (SIF 1883 - abate de bovinos, corte, armazenamento de carne bovina, produção de subprodutos e gorduras bovinas).

 Acrimat comemora reabertura do mercado russo para a carne brasileira

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) comemorou a decisão da Rússia em reabrir o mercado para a carne brasileira, conforme anunciado, no início da tarde desta quarta-feira (31.10), pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.

Em vídeo, Maggi afirmou que recebeu a notícia durante a missão comercial à China e aos Emirados Árabes da qual participa. Ele parabenizou o governo brasileiro, o Mapa e também os produtores brasileiros.         Para o presidente da Acrimat, Marco Túlio Duarte Soares, a reabertura do mercado russo é uma conquista conjunta entre o governo federal e as entidades do setor.

“A decisão reforça a importância da carne brasileira e o reconhecimento das condições sanitárias que o Brasil já adota e a excelente qualidade do nosso rebanho. O Brasil tem o segundo maior rebanho do mundo, com 249 milhões de cabeças, e é o segundo maior produtor de carnes e, certamente, com a reabertura do mercado russo haverá um aumento significativo na demanda, já que a Rússia chegou a ser responsável por aproximadamente 10% das nossas exportações”, afirmou Marco Túlio.

Ele reforçou que desde o anúncio do embargo – em dezembro do ano passado -, uma força-tarefa entre o Mapa, produtores, entidades presentativas da cadeia produtiva da carne vinham trabalhando juntos para reverter a situação. Além da carne bovina, a Rússia também voltará a importar a carne suína produzida no Brasil.

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Fonte: MAPA + Acrimat

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