Minerva nega conversas com Marfrig sobre possível fusão

Publicado em 21/07/2020 08:42

A Minerva Foods informou que não existem conversas com a Marfrig sobre eventual fusão. Em comunicado ao mercado, a empresa negou “veementemente a existência de qualquer tratativa em curso acerca de uma possível operação com a empresa Marfrig Global Foods”. A declaração foi em resposta a matéria da revista Exame de que Marfrig e Minerva teriam começado a conversar antes da pandemia de covid-19.

Citi: Fusão entre Minerva e Marfrig traria benefícios, mas transição é improvável

 Uma possível fusão entre Minerva e Marfrig poderia trazer benefícios em termos de escala, poder de negociação junto a criadores e diversificação geográfica, disse o Citi em relatório, observando, porém, que considera a transação improvável. Segundo a revista Exame, representantes dos frigoríficos estavam começando a discutir a combinação dos negócios antes de a pandemia do novo coronavírus chegar ao Brasil. Consultadas pela revista, as empresas negaram com veemência qualquer possibilidade de acordo e a existência de discussões.

De acordo com o Citi, Minerva e Marfrig teriam uma capacidade combinada de abate de quase 57 mil cabeças de gado por dia (77% na América do Sul e 23% na América do Norte), tornando a nova companhia a maior processadora de carne bovina na América Latina. Além disso, teria maior poder de barganha junto a criadores, principalmente no Brasil, disse o banco. O Citi destacou ainda que, com uma possível fusão, a Minerva teria acesso ao mercado norte-americano, enquanto a Marfrig teria acesso ao Paraguai e à Colômbia.

Em uma eventual combinação dos negócios, a nova companhia provavelmente continuaria atuando somente no mercado de carne bovina, com uma leve exposição a hambúrgueres processados (entre 5% e 10% das vendas combinadas), disse o Citi. A receita líquida ficaria em cerca de R$ 70 bilhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) provavelmente seria de R$ 7,2 bilhões, com margem Ebitda de aproximadamente 10,4% (excluindo sinergias), estimou o banco. "Apesar da potencial melhora do poder de barganha, ainda é cedo para avaliar o possível ganho em margens, já que Marfrig e Minerva operam usando diferentes estratégias de hedge de custos", afirmou o Citi.

Quanto à alavancagem, o banco destacou que ambas as companhias captaram recursos via aumento de capital nos últimos meses, e estimou que a relação dívida líquida/Ebitda da nova companhia provavelmente ficaria em 3,4 vezes, o que é um nível "normalizado" para uma processadora que trabalha com um único tipo de carne, segundo o Citi.

O banco observou que a transação seria complexa, já que cada companhia tem um forte acionista controlador. Aos preços atuais de mercado, o controlador da Marfrig teria participação de 28% na nova empresa, enquanto o controlador da Minerva teria 8%, estimou o banco.

O Citi manteve recomendação neutra tanto para Minerva quanto para Marfrig.

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Fonte: Estadão Conteúdo

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