China diz que frango importado do Brasil testou positivo para o coronavírus

Publicado em 13/08/2020 05:28 e atualizado em 13/08/2020 11:49
Lote estava na cidade de Shenzhen, no sul do país; funcionários e outros produtos que entraram em contato com a amostra foram testados, mas todos deram negativo (Estadão/Reuters)

Uma amostra de asas de frango congeladas importadas do Brasil para a cidade de Shenzhen, no sul da China, deu positivo para coronavírus, disse o governo da cidade na quinta-feira (13), levantando temores de que carregamentos de alimentos contaminados possam causar novos surtos.

Centros locais de controle de doenças testaram uma amostra de superfície retirada das asas de frango como parte de exames de rotina realizados na importação de carnes e frutos do mar desde junho, quando um novo surto em Pequim foi relacionado ao centro de atacado de alimentos da cidade, Xinfadi.

A descoberta veio um dia depois que vestígios do coronavírus que causa a Covid-19 foram encontrados na embalagem de camarão congelado do Equador. A China tem intensificado as triagens nos portos em meio às preocupações com as importações de alimentos.

As autoridades de saúde de Shenzhen rastrearam e testaram todas as pessoas que podem ter entrado em contato com produtos alimentícios potencialmente contaminados, e todos os resultados foram negativos, disse o aviso da cidade.

A embaixada brasileira em Pequim não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

“É difícil dizer em que estágio o frango congelado foi infectado”, disse um funcionário com sede na China em um exportador de carne brasileiro.

A Sede de Prevenção e Controle de Epidemias de Shenzhen disse que o público precisa tomar precauções para reduzir os riscos de infecção de carnes e frutos do mar importados.

Além de examinar todos os contêineres de carnes e frutos do mar que chegam aos principais portos nos últimos meses, a China suspendeu algumas importações de carnes de várias origens, incluindo do Brasil, desde meados de junho.

O primeiro grupo de casos de Covid-19 foi vinculado ao mercado de frutos do mar de Huanan na cidade de Wuhan. Os estudos iniciais sugeriram que o vírus se originou em produtos de origem animal à venda no mercado.

Li Fengqin, que chefia um laboratório de microbiologia no Centro Nacional de Avaliação de Risco de Segurança Alimentar da China, disse a repórteres em junho que a possibilidade de alimentos congelados contaminados causar novas infecções não poderia ser descartada.

Os vírus podem sobreviver até dois anos a temperaturas de menos 20 graus Celsius, mas os cientistas dizem que não há evidências fortes até o momento de que o coronavírus que causa o COVID-19 possa se espalhar por meio de alimentos congelados.

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Fonte: ESTADÃO/REUTERS

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