Imac: 2020 foi positivo para mercado da carne de MT

Publicado em 23/12/2020 09:55

O ano de 2020 entrará para a história como aquele em que o mercado brasileiro da carne bovina encarou uma das mais desafiadoras crises de consumo e, apesar de tudo, saiu fortalecido. A análise vale principalmente para o estado de Mato Grosso, que se manteve como protagonista no setor, garantindo e ampliando volumes do produto dentro das exigências internacionais, sem desabastecer o mercado interno e dando novos passos no caminho da produção sustentável.

A avaliação é do presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido. “Todos os elos do mercado da carne se reinventaram neste ano. Após o susto inicial causado pela redução no consumo de carne nos food services, pecuaristas, frigoríficos e varejistas se adequaram às novas exigências impostas pelo isolamento social. O ajuste foi rápido: as exportações aumentaram em relação a 2019, puxadas pela rápida recuperação do consumo asiático e a arroba se valorizou. Ampliamos o rendimento médio da carcaça e confirmamos a tendência de uma produção cada vez mais sustentável”, observa Penido.

Dados compilados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que, de janeiro a novembro de 2020, Mato Grosso exportou 452,66 milhões de toneladas de equivalente carcaça (TEC), ampliando em cerca de 6% o desempenho de 2019.

O motor desse crescimento foi o mercado formado por China e Hong Kong, que de janeiro a novembro de 2020 respondeu por 56% da carne bovina exportada pelo estado. “Atendemos em quantidade e qualidade a demanda chinesa, aumentando em 60,4% o volume do ano passado, e em 67,8% a receita com as exportações”, comenta o diretor de Operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade.

No decorrer de 2020, a participação do estado no total de carne bovina exportada pelo Brasil chegou a 22%, ficando, na média, em 21%. Além de evoluir no comércio exterior, Mato Grosso liderou a produção de carne em 2020, com um volume de 644,78 mil toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O quantitativo de animais também se ampliou em 2020. Em maio, já eram 30,98 milhões de cabeças, num crescimento de 1,46% em relação a 2019. Mato Grosso segue, assim, líder no ranking nacional de rebanho bovino. “Todo esse dinamismo da cadeia produtiva ocorre em cumprimento ao Código Florestal Brasileiro, garantindo por lei a manutenção da biodiversidade de Mato Grosso. Afinal temos mais de 60% do nosso território preservado com vegetação nativa”, salienta o presidente do Imac.

Penido se posicionou neste ano como uma das principais vozes brasileiras a exigir o reconhecimento nacional e internacional sobre a sustentabilidade da produção de proteínas em curso em Mato Grosso e no Brasil. “Em vez de ser difamado no exterior como desmatador, deveríamos figurar como exemplo de produção de alimentos aliada à proteção da natureza e à baixa emissão de gases de efeito estufa”, costuma afirmar.

A sustentabilidade da produção pecuária de Mato Grosso é visível, seja pela redução da idade de abate dos animais, pelas técnicas de produção mais intensivas ou pelo maior aproveitamento das áreas de pastagens no Estado. “Todo o mercado da carne mato-grossense está focado em intensificar a produção nesse modelo produtivo de baixa emissão de carbono, que garante um produto final de qualidade e com segurança sanitária”, complementa Andrade.

Até novembro de 2020, a terminação de animais com até 24 meses de idade cresceu 26,3% entre 2019 e 2020, segundo dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). Além disso, a média estadual do peso da carcaça foi de 18,3 arrobas em junho de 2020, superando o patamar nacional de 17,3 @/ carcaça.

“Quando projetamos o futuro da atividade, a perspectiva é de aumento na eficiência com ganhos ambientais, pois estamos conseguindo produzir mais carne em menos tempo e com menor impacto ambiental a cada quilo de carcaça produzida”, ressalta o presidente do Imac.

Criado em 2016, o instituto tem a missão de promover a carne bovina de Mato Grosso, valorizando toda a cadeia produtiva a partir de ações de pesquisa e desenvolvimento, informação e marketing. Em seu conselho deliberativo, estão representantes do Governo do Estado, do setor pecuário e de indústrias frigoríficas.

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Fonte: Imac

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