Marfrig tem prejuízo de R$634 mi no 1º tri por operação nos EUA, projeta ano no azul

Publicado em 16/05/2023 07:36

SÃO PAULO (Reuters) - A Marfrig, uma das maiores empresas de carne bovina do mundo, registrou prejuízo de 634 milhões de reais no primeiro trimestre de 2023, ante lucro de 109 milhões de reais no mesmo período do ano passado, com menores margens da operação nos Estados Unidos pressionando os resultados, informou a empresa nesta segunda-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda consolidado) somou cerca de 1,5 bilhão de reais, recuo de 45,5%, enquanto a operação na América do Norte teve queda de 77,9% neste indicador e na América do Sul houve uma estabilidade. A companhia ainda contou com 607 milhões de reais da BRF, na qual é a maior acionista.

A margem Ebitda da América do Norte recuou de 15% no primeiro trimestre do ano passado para 3,9% em 2023, enquanto na América do Sul subiu de 6,4% para 7,8%, com a região onde está o Brasil contando com melhores condições de preço de gado, resultado positivo apesar da proibição da China de cerca de um mês para a carne brasileira durante o período.

Mas a Marfrig projeta terminar o ano no azul, prevendo melhora nas margens durante o segundo e terceiro trimestre na América do Norte, com a temporada de churrascos nos Estados Unidos, assim como com um arrefecimento sazonal no custo do gado, disse Tim Klein, que comanda a operação naquela região.

O CFO da Marfrig, Tang David, acrescentou que a unidade de carne bovina dos Estados Unidos já está com uma situação menos desafiadora, o que deve colaborar para um resultado "positivo" em 2023.

A companhia também espera uma "demanda muito forte na China", com melhora de preços nos próximos meses.

Além disso, mesmo com China e Hong Kong permanecendo como os principais mercados, a abertura para novos países importadores, como Indonésia e México, deverá favorecer os resultados da empresa em 2023.

Executivos também citaram sinergias entre Marfrig e BRF, nas áreas de insumos, negociações de frete e operações comerciais.

(Por Roberto Samora)

Fonte: Reuters

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