Frustrada mais uma tentativa de acordo com Arantes

Publicado em 12/01/2010 17:02 e atualizado em 13/01/2010 09:01

Foi marcada uma nova data para mais uma tentativa de acordo entre o frigorifico Arantes, em recuperação judicial desde 9 de janeiro de 2009, e seus credores. A assembleia geral de credores – AGC - realizada hoje no Ipê Park Hotel, na Rodovia Washington Luis, São José do Rio Preto - SP - Km 428, foi suspensa e transferida para o dia 19 de janeiro, quarta-feira que vem, às 10 horas, no mesmo endereço. “Estamos cansados de ouvir a mesma noticia e mais uma vez os bancos deram as cartas”, lamentou o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso - Acrimat, Luciano Vacari.

Os pecuaristas também não aceitam a proposta que o Arantes apresentou. Um dos pontos que mais preocupa é que o frigorifico quer atrelar o pagamento dos pecuaristas à venda de seus imóveis. “O Arantes esta oferecendo um patrimônio podre para os pecuaristas, sem nenhuma liquidez e certamente será alva de muitas disputas judiciais. Não é justo, depois de um ano de espera, o frigorifico apresentar uma proposta como essa. Não aceitamos, e se continuar assim, é melhor que seja decretada a falência da empresa”, salientou o superintendente da Acrimat.

O presidente da comissão de credores dos frigoríficos de Mato Grosso, Marcos da Rosa, também é enfático em dizer que, “não sabemos em que situação esses imóveis se encontra e dificilmente alguém compra alguma coisa que esteja com problemas judiciais. Nós queremos receber em dinheiro e não aceitamos receber imóveis em lugar de dinheiro”. O advogado paulista Leonardo Ribeiro, que participou da AGC, comentou que “caso os imóveis não sejam vendidos nos 12 meses propostos pelo frigorifico, os pecuaristas irão enfrentar uma nova batalha judicial para vender esses imóveis e isso pode durar anos”.

O superintendente da Acrimat é taxativo em afirmar que “existe um protecionismo claro do Arantes com os Bancos e os pecuaristas devem ficar atentos, pois os bancos retêm mais de 90% dos créditos do Arantes. O que eles não estão levando em conta é que se não acertarem com os pecuaristas o frigorifico não retorna ao mercado, pois vamos fazer uma campanha para que o pecuarista seja parceiro apenas de empresas com compromisso com o produtor e não só com instituições financeiras”. Ele ressalta que, “boi não nasce em caixas eletrônicas. Sem o boi não existe a cadeia produtiva desse setor”.

Os pecuaristas e os trabalhadores juntos não representam 3% da divida total do Arantes. A proposta do frigorífico para os pecuaristas é de pagamento da dívida em 12 parcelas, com correção pela CDI e garantias de pagamento atrelado à venda de seus imóveis. Os pecuaristas querem pagamento em 90 dias e a garantia de receber em dinheiro. ”Entregamos um produto de alta liquidez para o Arantes e por isso não aceitamos moeda podre”, anunciou o superintendente da Acrimat.

Dívida do Arantes

Em Mato Grosso a dívida do Arantes chega a R$ 13 milhões com pecuaristas, e com os produtores de Cachoeira Alta (GO), Imperatriz (MA) e Unaí (MG), o montante é de R$ 7 milhões. A dívida do frigorifico com demais fornecedores é de mais de R$ 30 milhões e com os trabalhadores cerca de R$ 10 milhões. A maior fatia, no entanto, é junto a 22 instituições bancárias com R$ 1,1 bilhão.

A Recuperação Judicial do Arantes

O Grupo Arantes entrou com pedido de recuperação na data de 9 de janeiro de 2009, perante o Juízo da Vara Única da Comarca de Nova Monte Verde, em Mato Grosso. O Juízo de Nova Monte Verde deferiu o pedido no dia 12 de janeiro. O processo saiu da Comarca de Mato Grosso e no dia 6 de março foi protocolado em São José do Rio Preto (SP) e no dia 16, do mesmo mês, o processo foi encaminhado para São Paulo (SP) retornado para a 8ª Vara Cível de São José do Rio Preto no dia 18 de junho.

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