Cenário de oportunidades para o mercado brasileiro de carnes

Publicado em 05/05/2010 13:30

Cenário positivo para o mercado brasileiro de carnes. Com a expansão da população e do poder aquisitivo, o registro de um novo êxodo rural e com um novo perfil de pessoas aumentando o consumo fora de casa, as perspectivas apontam para uma expansão de 30% sobre a demanda de carnes (aves, suínos e bovinos). “Oportunidades estão se abrindo à pecuária nacional”, assegurou o analista econômico do Rabobank, Guilherme Bellotti de Melo.

O analista abordou tais perspectivas durante a palestra magna “Cenários para a agricultura – Perspectivas para as carnes: bovinas, suínas e aves”, nesta manhã, no Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec 2010), que está sendo realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá.

A demanda passa de 100 milhões de toneladas em 2010 para cerca de 120 milhões em 2030. Somente a China e a Índia serão responsáveis por 65% deste novo consumo mundial. Porém, como aponta Bellotti, ao mesmo tempo em que as oportunidades serão ampliadas, os desafios também serão, em razão do aumento de barreiras técnicas (como a rastreabilidade já exigida pelo mercado europeu ) e pela volatilidade (instabilidade) do mercado de commodities que aponta para o aumento dos custos de produção.

“O produtor e o pecuarista serão mais exigidos do que nunca, terão de mostrar maior habilidade de gestão, profissionalização e capacidade de gerenciar e minimizar riscos, fora isso, o questionamento sobre os impactos ambientais serão mais constantes. A melhor notícia é que o Brasil é o melhor mercado para atender a nova realidade porque os grandes players (mercados concorrentes), como Estados Unidos e Europa, estão na contramão, seja da expansão de consumo, seja da expansão na produção”, disse o analista econômico.

Cada um dos grandes players citados por Bellotti - China, Rússsia, Estados Unidos, Austrália, India e Argentina - , mesmo que detentores de potencial, enfrentam dificuldades internas, sejam elas de ordem financeira, seca, religiosa, ou, no caso da China, incapacidade de suprir a própria demanda.

AINDA MELHOR - Como mostrou Bellotti, as oportunidades ao Brasil se ampliam quando se comparam os custos de produção para cada quilo vivo de bovino, suíno e aves. A produção brasileira, em função da farta matéria-prima para produção de rações (milho e soja), como também de mão-de-obra, obtém competitividade superior sobre os tradicionais players.

Como exemplo, na produção de frangos, o custo para cada quilo é de US$ 0,71, o segundo melhor do mundo entre os grandes produtores. Em suíno, o custo/quilo é de US$ 2,70, o mais baixo na comparação, assim como em bovinos, em que o custo é de US$ 2,19. “Se aumentarmos a ingestão de sal mineral dobramos o ganho de peso e reduzimos o tempo de abate”.

O coordenador da palestra, Seneri Paludo, que é o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – órgão vinculado à Famato, deixou como reflexão aos mais de 1 mil congressistas presentes à palestra uma pergunta: “Será que estamos preparados para esta demanda?”. Como completou, a partir de agora, cientes de uma nova realidade, precisamos saber o que fazer para aproveitar o cenário positivo. 

  
 
 
  
 
  
 
  
 
 

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Fonte: Enipec

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