Consumidores substituem carne vermelha por cortes de aves e suínos

Publicado em 21/10/2010 15:28
O expressivo aumento dos preços da carne bovina verificado desde setembro tem elevado a demanda de cortes de aves e suínos. Diante desse cenário os consumidores vêm substituindo a carne vermelha, mesmo com o pequeno aumento de preços da carne de frango e suínos ocorrido pela valorização do milho. Dados analisados pelo consultor de mercado Osler Desouzart mostram que o preço pago ao produtor pela arroba do suíno vivo no mercado de São Paulo neste período subiu 20%. Em junho, a arroba ficou, em média, a R$ 48,53. Subiu em julho, em agosto, em setembro e está agora em torno de R$ 60.

Essa semana a bolsa de suínos de comercializou 13.910 suínos com preços variando entre R$ 62,00 a R$ 64,00 a @ o equivalente a R$ 3,36 e R$ 3,41 o quilo do suíno vivo respectivamente. Segundo a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), a alta dos preços ajudou a recuperar a rentabilidade do produtor, apesar do aumento do custo com alimentação dos animais.

O mercado atual da suinocultura brasileira também foi analisado pelo diretor de mercado da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Jurandi Machado, na última bolsa de suínos realizada em Belo Horizonte na sede da ASEMG. Segundo o diretor, 2010 tem sido um ano bom para o mercado de suínos, com oferta ajustada a demanda, e que os produtores devem pensar sim em crescimento, mas de forma gradativa e cautelosa. Para 2012, considera o cenário será ainda mais favorável, já sinalizando para um crescimento do número de matrizes no Brasil, e pode-se também falar em aumento de consumo, considerando as ações desenvolvidas pela entidades representativas do setor que já demonstram resultados positivos, como o PNDS (Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura). A previsão de queda da informalidade também é outro ponto positivo para os próximos anos.

Para o mercado mineiro, as expectativas são otimistas, com crescimento no número de matrizes em cerca de 6%. Durante o encontro, os produtores de Minas discutiram o mercado atual e fizeram suas projeções, estimando que das 230 mil matrizes em 2010, cheguem a 235 mil em 2011 e cerca de 245 mil em 2012, mostrando que Minas Gerais trabalha à frente do mercado, ajustando sua demanda e fomentando o setor. Atualmente o Estado produz cerca de 400 mil toneladas/ano, esperando abater cerca de 20 mil animais/dia até 2012.

Ainda durante a bolsa foi discutido o preço de comercialização do suíno vivo que apresentou estabilidade nesta semana, segundo a Associação de Suinocultores de Minas Gerais (ASEMG), fechando o preço de venda do quilo em R$ 3,40.

Já os criadores de Santa Catarina estão otimistas com a abertura à carne suína do estado no acordo firmado entre os Estados Unidos e o Brasil, ainda que entrada de carnes brasileiras nos EUA aconteça apenas em novembro. Segundo o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, “a abertura do mercado norte-americano não deve representar aumento de exportações, pois a competitividade da suinocultura local é equivalente. Representa, porém, importante chancela técnica da sanidade do estado de Santa Catarina, o que deverá trazer reflexos internacionais positivos”. Segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o mercado não sofreu alterações e se manteve nos mesmos patamares da semana anterior, com quilo do suíno vivo sendo comercializado a R$ 2,80. Já no Rio Grande do Sul, houve alterações no valor de comercialização do quilo do suíno vivo apresentado na semana anterior, passando para R$ 2,93, segundo informou a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS).

Declarações

“A alta do preço da carne bovina também está fazendo este diferencial no mercado interno de hoje, pois o consumidor acaba escolhendo uma carne mais acessível de preço e que tenha sabor e qualidade e assim, consome mais a carne suína”
Losivanio de Lorenzi, presidente da ACCS

“Este é o período de melhor venda de suínos. Nós viemos de um período de um custo de produção muito favorecido pelo milho, que realmente deu uma subida. O que era absolutamente esperado e desejável, porque senão o produtor de milho se desinteressa na continuidade da produção, e nós precisamos de milho todos os anos, o ano todo.”
Rubens Valentini, diretor de mercado da ABCS

“Estamos entrando num período estratégico para o mercado de carne suína do país. Mudança de temperatura e o segundo semestre avançando fazem o período tradicionalmente positivo para o setor. Todas as carnes estão bem valorizadas no Brasil e muitos especialistas acreditam que a tendência é continuar assim”
Valdomiro Ferreira, presidente da APCS
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Só Notícias

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