Importadores europeus competem por oferta de carne
"Há uma forte demanda, mas a indústria uruguaia tem um pouco de medo de concretizar negócios pela falta de oferta", disse o vice-presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Fernando Pérez Abella.
A indústria frigorífica uruguaia (20 empresas) e os brokers que habitualmente fazem negócios com importadores do mercado europeu, estão todos em Paris. "Há uma demanda tremenda por carne, todos compram frango, cordeiro e carne bovina", disse Abella. Porém, além do interesse na carne, há outros países, como Turquia, que querem garantir o gado. "Os turcos têm muito interesse no gado em pé e estão oferecendo preços exorbitantes como US$ 3,50 em pé. Nós já dissemos que o interesse do Uruguai é vender carne e não gado em pé", disse ele, que garantiu que o stand do INAC está sendo muito visitado por importadores.
As comercializações que mais crescem estão relacionadas ao Mercosul, a principal região do mundo produtora de carne bovina e a que tem maiores possibilidades de abastecer o mercado, porém, apresenta uma grave falta de gado, fato que repercute na falta de oferta global e nos preços locais de venda.
Por outro lado, a delegação uruguaia também visitou, na Irlanda, vários frigoríficos e manteve contato com produtores e industriais para ver o sistema de tipificação de carnes aplicado nesse país. Na Irlanda, a tipificação faz uma leitura que tira foto da meia carcaça e a classifica. A ideia era ver se o Uruguai pode adotar um sistema similar e evitar a famosa discussão pelos rendimentos do gado entre produtores e frigoríficos. "Existe um pré-acordo de preços e ninguém questiona a tipificação pela qualidade da máquina", completou Abella.