Alta da carne já soma 17% neste ano

Publicado em 23/11/2010 09:15
A alta da carne, que já soma 17% neste ano, não dará fôlego nem no Natal. As aves como peru e chester, tradicionais na ceia natalina, estarão até 9% mais caras. A previsão é do IPS (Índice de Preços dos Supermercados), desenvolvido pela Apas (Associação Paulista dos Supermercados).

A alta nos valores ocorre por conta da ascensão das classes C e D que, com maior renda, não dispensarão o item. Com a carne bovina em escalada de preço, as aves sofreram o impacto do aumento na demanda, segundo o vice-presidente da entidade, Orlando Morando. "Estamos brigando para não permitir que o aumento seja tão alto", diz.

Para evitar novos reajustes às vésperas das festas, quando a demanda aumenta, a entidade negocia com varejistas e produtores a manutenção dos preços. "O consumidor menos favorecido deixa para comprar a partir de 23 de dezembro e queremos evitar a subida dos valores neste período. Os mercados estão em negociações para garantir que não haja aumento de preço de última hora. Já fizemos encomendas maiores também para evitar a falta dos produtos", diz Morando.

A Coop afirma que a oscilação nos preços dos produtos é normal e segue apenas a inflação do período. "É um produto mais festivo, sazonal, e como vem praticamente uma vez por ano, tem esse aumento por causa da inflação. Não é. É um aumento dentro da expectativa. Nada exagerado, é uma correção de um ano para outro", defende o gerente de produtos, Gilberto Donizete da Costa.

As aves, que começaram a chegar na semana passada nos supermercados, custam, em média, R$ 10 o quilo na região. "Peru, de uma das marcas mais tradicionais, balizadoras do produto, sai por R$ 10,99 o quilo. Já o chester sai por R$ 9,79 o quilo", conta o gerente.

Costa atesta que com o churrasco 17% mais salgado neste ano, as aves seguem como melhor opção, mesmo com a alteração nos valores médios. "Grandes marcas apostam que neste ano teremos venda maior, por causa do aumento da carne, apesar de começar a retrair já. Pode ser que até dezembro a carne já tenha dado retração, mas não é certo que acontecerá", estima.

O gerente também confirma que o consumidor que deixar para comprar o peru ou chester de última hora não sofrerá com revisão de valores. "O preço atual só mudará quando formos fazer promoção, depois do Natal", completa.

Pernil e lombo sofrerão aumento de até 12% no Ano Novo

A tradição de comer carne de porco no Réveillon para evitar ‘andar para trás'' também sairá mais cara para o consumidor na ceia do Ano-Novo. Lombo e pernil terão alta de até 12% no período, segundo a Apas. O aumento também ocorre por conta dos preços mais caros da carne bovina e do aumento da demanda pelos produtos suínos.

O gerente de produtos, Gilberto Donizete da Costa, diz que os itens recheados e temperados são os que mais sofrerão com o reajuste. "O pernil temperado sai, em média, R$ 9,85 o quilo", conta o gerente.

Boa notícia - O bacalhau, outro produto presente nas ceias de fim de ano, não deve sofrer alteração, apesar da alta de 5% prevista para a procura.

Tags:

Fonte: Diário do Grande ABC

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Abiec diz que lançamento do Protocolo do Cerrado reforça meta da entidade de fomentar monitoramento na compra de gado no Brasil
Primeiro trimestre registrou expressivo crescimento nas exportações brasileiras de peixe de cultivo
Mapa publica portaria para o processamento de produtos de origem animal de acordo com preceitos religiosos
Brasil regula abate e processamento de animais para mercado religioso
Lula e Fávaro destacam ampliação das oportunidades do Brasil no comércio exterior