Natal com mais carne e estímulo à produção

Publicado em 21/12/2010 06:44
Consumo cresce e mostra sustentação mesmo com alta de até 50% nos preços. Em 2011, estado deve investir em bezerros.
A demanda por carne mostra-se aquecida apesar do reajuste generalizado nos preços ao consumidor verificado no último ano. Nos próximos dias, o setor produtivo espera novo au­­mento, pela proximidade das festas de Natal e Ano Novo. A cadeia prevê que, passada essa empolgação, o consumo ainda será bom o suficiente para justificar incremento na criação de frango, suínos e bovinos no Paraná.

Os preços de todos os tipos de carne bovina, suína e de frango subiram no varejo, mostra o Departamento de Economia Rural Rural do Paraná (Deral). O filé mignon foi campeão, com alta de 51,17% na comparação com dezembro de 2009. Entre as carnes bovinas, a que menos subiu foi o acém, que está 20% mais caro.

Na carne suína, houve reajustes de 19,62% (lombo sem osso) a 29,25% (paleta com osso). O frango congelado subiu 27,15% e o resfriado 28,31%. A alta ge­­neraliza­­da atingiu também outras carnes, como a de carneiro. O pernil de ovino com osso teve aumento de 45,11% no último ano, registra o Deral.

Na outra ponta da cadeia da carne, os preços pagos ao produtor subiram menos. No caso do frango, a cotação praticada no Paraná teve reajuste de 15,69% desde dezembro de 2009. O preço recebido pelo suinocultor aumentou 42,75% no último ano. Já o bovinocultor teve alta de 35,22% no período, como um recado direto da demanda crescente.

“Houve ganho real no preço da carne bovina, não foi só inflação. Calculamos ganho real de 43,8% entre setembro de 2009 e setembro deste ano. Esse reajuste permite que o pecuarista se capitalize depois de três anos de preços horríveis”, afirma o zootecnista Paulo Rossi Júnior, um dos coordenadores do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura (LapBov) da Univer­sidade Federal do Paraná (UFPR).

A alta nos preços foi marcada pe­­lo pico de R$ 106 por arroba de boi gordo, registrada em novembro pelo LapBov. O laboratório pesquisa diariamente negócios concretizados em dez mesorregiões do estado. Na avaliação de Rossi, o ín­­dice LapBov deve se estabilizar en­­tre R$ 85 e 90 a arroba em 2011, in­­ter­­rom­­pendo o abate de fêmeas e estimulando investimentos em bezerros.

Na carne bovina, os preços aumentaram porque a terminação do gado foi antecipada e faltaram novilhos no final da entressafra, explica o setor. No mercado de suínos e aves, os reajustes devem-se à interferência dos preços da carne vermelha e também ao crescimento do consumo.

“Com a migração de consumidores dos grupos D e E para os B e C aumenta a demanda por frango, a carne mais acessível e mais consumida no Brasil. As exportações es­­tão crescendo, mas continuam re­­presentando um terço da nossa pro­­dução, graças a essa expansão do mercado interno”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.

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Fonte:
Gazeta do Povo

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