Frigoríficos se preparam para exportar para a China

Publicado em 16/05/2011 11:35
A conquista do mercado chinês é resultado de cinco anos de negociações. Três frigoríficos obtiveram a licença: dois em Santa Catarina e um em Goiás.
Três frigoríficos já estão se preparando para exportar carne de porco para a China. Agora, em abril, a China anunciou a decisão de comprar o produto do Brasil. A expectativa é de que o primeiro embarque ocorra no segundo semestre deste ano.

Em uma granja em Guatambu, oeste de Santa Catarina, Mário Fries cria leitões e é integrado da cooperativa Aurora. Pelo quilo do animal, Mário recebeu, no último lote, 10% a mais do que o obtido nesta época do ano passado. Além do aumento no preço, Mário tem outro motivo para comemorar. A cooperativa é uma das três no país autorizadas a exportar para a China, alegria para os 70 mil integrados da empresa.

“Fazendo maior consumo, a parte do que a gente produz aqui indo para fora, entra a lei da oferta e da procura. Faltando produto aqui dentro, a tendência do nosso preço é aumentar, e por consequência, nosso ganho”, afirma Fries.

A conquista do mercado chinês é resultado de cinco anos de negociações, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Suína. Os chineses visitaram propriedades rurais e olharam atentamente a estrutura da cooperativa.

Na passarela técnica, é através das janelas que consegue ter uma noção de como funciona a produção. Foi por onde os chineses observaram em sua expedição. “Eles procuraram checar se toda a documentação auditada realmente estava sendo implementada corretamente dentro da fábrica. Queriam ter uma confiabilidade em todos os nossos processos”, afirma Antônio Wanzuit, gerente do frigorífico.

Os cortes escolhidos são os miúdos do suíno. A alguns, o brasileiro está bem acostumado, como pé, orelha, rabo e língua. São partes vendidas na forma salgada. Já outros são menos comuns como rim, coração, bexiga, artérias, estômago, intestino e útero.

“Por uma questão cultural, o consumo deles de miúdos é maior que, às vezes, um pedaço nobre para nós, como pernil e paleta. Eles têm vários pratos em que costumam consumir esses miúdos, tanto internos como externos, como ensopados bem condimentados”, afirma Wanzuit.

A China é o país mais populoso do mundo e também o maior produtor de carne suína, com 50 milhões de toneladas por ano, ou seja, a metade da produção mundial. Mesmo assim, falta carne e surge a necessidade de importar.

“Primeiro, via Hong Kong, os miúdos chegavam à China. E chegavam bastante. A outra parte chega na época de frio, então é consumida na forma de salgado, aqui no Brasil mesmo, principalmente em São Paulo, em, por exemplo, feijoadas. Mas muitos deles eram dispensados e viravam farinha de carne, porque não tinha comércio. Agora espero que, via continente chinês, a gente elimine intermediários, tenha um preço melhor e possa repassar para o produtor”, explica Mário Lansnaster, presidente da Cooperativa Aurora.

Segundo a Abipecs, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, as outras duas empresas credenciadas pela China são a Mabella, também de Santa Catarina e a BRF Brasil Foods, de Rio Verde (GO).

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Fonte:
Globo Rural

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