Melhores carnes de MS vão para exportação

Publicado em 14/07/2011 09:43
No mercado interno de MS, mais de 90% da carne que é vendida nos açougues vem de fêmeas, devido ao alto rendimento comercial da carne do macho.

Mato Grosso do Sul possui um dos quatro maiores rebanho bovino do Brasil, totalmente destinado ao corte. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, só no ano de 2010 foram abatidas no estado mais de três milhões de cabeças e mesmo assim o consumidor paga caro por uma carne de pior qualidade.

No mercado interno de Mato Grosso do Sul, mais de 90% da carne que é vendida nos açougues vem de fêmeas, devido ao alto rendimento comercial da carne do macho.

Segundo o especialista em qualidade da carne, Gelson Feijó, o consumidor não vê a diferença, mas a carne do macho é mais atrativa visualmente então ela é encaminhada aos melhores mercados, que são churrascarias, restaurantes e, principalmente ao mercado exterior.

Para o representante de uma rede de frigoríficos do Brasil, Airton Dias, as vacas que chegam geralmente são o descarte do produtor. “A função da vaca na fazenda é dar leite e reproduzir, então quando ele resolve vender é porque ela está velha” afirma ele.

Apesar da arroba da vaca ser mais barata, da qualidade da carne ser inferior, o consumidor continua reclamando dos altos preços. “Eu achava que era por causa da seca, mas depois choveu e o preço continua alto, e isso porque somos um estado produtor” comenta a consumidora Damaris Nascimento.

A explicação para o elevado preço da carne vem da técnica da Famasul (Federação dos Agricultores de Mato Grosso do Sul, Adriana Mascarenhas, que conta que hoje o mercado paga por um erro cometido nos anos de 2008 e 2009, quando a seca prejudicou a engorda dos rebanhos. Como os produtores precisavam de dinheiro, selecionaram para a venda as fêmeas do rebanho, que criam gordura mais rápido que o macho.

Esse alto comércio das matrizes tem consequência até hoje, já que os produtores precisavam fazer a reposição de seu rebanho e tiveram que pagar um preço elevado por isso. Pouca oferta, muita procura, sobe a arroba e consequentemente sobe o preço nos açougues.

Além disso, Airton afirma que os frigoríficos compram em estoque. “Se a arroba cai hoje, esse preço só reflete no açougue na semana que vem, porque nós pagamos o preço atual e vendemos com base nele”, diz o representante.

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Fonte: Correio do Estado

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