Matrizes de corte: estimativa de alojamento no triênio 2009-2011
Em uma dessas especulações levanta-se a hipótese de que o setor tenha tido, de 2008 para cá, a mesma reação observada em duas ocasiões anteriores quando, a exemplo do que ocorreu três anos atrás, o volume de matrizes alojadas excedeu todas as possibilidades de consumo interno e externo.
Em 1987, por exemplo, dentro ainda do Plano Cruzado do então Presidente Sarney, o setor foi artificialmente estimulado a ampliar seu plantel reprodutor e, então, aumentou em 27% (sobre o ano anterior) o alojamento de matrizes de corte. O mercado, óbvio, recebeu mal esse exagero e forçou o setor a retornar “aos eixos”. Resultado principal: só no terceiro ano após o excesso (1990) é que o volume alojado voltou a superar o recorde de 1987.
Situação similar se repetiria cerca de uma década depois, em decorrência de problema sanitário que reduziu drasticamente a produção do setor. Na tentativa de superá-lo, houve um alojamento indiscriminado de matrizes, com efeito similar ao da ocorrência de 1987-1990: só em 2002 o volume alojado voltou a superar o de 1999.
A hipótese atual é a de que tudo tenha se repetido nesta última crise. Assim, os alojamentos de 2009 e 2010 ficaram aquém do registrado em 2008 (aumento de quase 15% sobre 2007) e só agora, em 2011, voltam a superar aquele alto alojamento.
Neste caso, as matrizes de corte tendem a alcançar, pela primeira vez, a marca dos 50 milhões de cabeças anuais, o equivalente a um acréscimo de cerca de 3% sobre 2008. O volume apontado também corresponde a um incremento médio de pouco mais de 5,5% ao ano em relação ao que foi alojado em 1979 – menos de 10 milhões de matrizes de corte.