Na Argentina, saída da seca será lenta, mas não há indícios de que afetaria safra 18/19

Publicado em 20/03/2018 15:02

A saída da Argentina da situação de seca será lenta, podendo influenciar nos primeiros plantios de trigo em maio e junho, referentes à safra 2018/19. Contudo, ainda não há indicadores de que este fator deva afetar o restante do ciclo agrícola. Depois de mais de quatro meses de seca, a possibilidade de que este problema se dissipe é uma boa notícia para o campo.

Como comentou Pablo Mercuri, diretor do Centro de Pesquisa de Recursos Naturais do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), ao jornal La Nación, Córdoba, Santa Fe e Entre Ríos poderiam receber chuvas entre a próxima sexta-feira e domingo. Estas seriam no nível do último final de semana, com 20mm a 50mm em setores do norte, nordeste e sudeste de Buenos Aires.

Essas chuvas seguiriam, segundo Mercuri, os padrões de disparidade de registros e de irregularidade. Para ele, estas não devem ser chuvas generalizadas, de cobertura regional, que seriam suficientes para mudar o padrão climático. E, enquanto o Pampa úmido enfrenta o padrão de seca, o Noroeste Argentino conta com locais em Salta com fortes excessos hídricos.

Mercuri destaca ainda que novas chuvas poderiam chegar nos primeiros dias de abril. Assim, pensando na próxima safra, "há uma luz de esperança", já que "não há indicadores, até a data, que indiquem que a seca irá seguir influenciando a safra 2018/19".

Para o especialista, abril terá mais chances de chuvas do que as registradas em baixa escala em março. "Essa saída da seca pode influenciar nos plantios precoces de trigo e, para isso, teríamos que ver quanta umidade foi acumulada para o plantio". Para ter certeza de que a seca não seria uma influência direta para a safra de verão, teria que se analisar os plantios em função da água disponível no solo.

Segundo Germán Heinzenkencht, especialista da Consultoria de Climatologia Aplicada (CCA), a demanda de chuvas para recuperar umidade supera os 100mm em grande parte da área agrícola. "O mês de março se vai, com poucas chances de seguir somando", indicou Heinzenknecht, que acrescentou: "a pressão sobre o mês de abril será muito significativa".

Para ele, "está muito difícil que apareça um cenário de chuvas que supere as normais durante o mês de abril". Neste ponto, ele consolida que a saída da seca seria lenta. "No melhor dos cenários, se abril receber chuvas normais, essas serão entre 80mm a 100mm".

"Se o padrão deficitário for mantido, as decisões de plantio serão muito condicionadas", afirmou o especialista. "Anomalias climáticas sempre podem aparecer, mas faria falta um andamento positivo no padrão de chuvas, o que não está previsto".

Heinzenknecht não descarta uma retração na área de trigo se a seca condiciona parte do plantio. "O mais provável é que haja retração da área de inverno por problemas de umidade", apontou.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
La Nación

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