Número de mortos com chuvas em MG sobe para 44; emergência em 47 municípios

Publicado em 24/01/2020 10:33 e atualizado em 24/01/2020 11:07
Defesa Civil mantém alerta de risco alto para chuvas no ES

(Reuters) - Pelo menos 44 pessoas já morreram e 19 estão desaparecidas em Minas Gerais em razão das chuvas que atingem o Estado nos últimos dias, de acordo com informações atualizadas da Defesa Civil mineira neste domingo.

De acordo com o boletim mais recente, há 58 municípios afetados, com 13.887 pessoas desalojadas e 3.354 pessoas desabrigadas. Belo Horizonte é a cidade com maior número de mortes - 14.

O governo de Minas Gerais declarou situação de emergência em 47 cidades, citando "intensas precipitações pluviométricas que atingiram os municípios .... causaram múltiplos desastres –inundações, movimentos de massa, enxurradas e alagamentos".

Em decreto no Diário Oficial do Estado, ele autorizou a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuarem sob a direção da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, nas ações de resposta ao desastre, incluindo a dispensa de licitação de "contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários afetados".

De acordo com informações da GloboNews, após sobrevoar áreas atingidas, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, se reuniu com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para discutir novas medidas de apoio federal para respostas aos desastres naturais.

Canuto afirmou que o governo está empenhado em ajudar e que além do acesso aos 90 milhões de reais já disponíveis na conta do governo para todos os municípios que demandarem ajuda, outros recursos podem se realocados, como antecipação de benefícios do Bolsa Família, de saque do FGTS, liberação de medicamentos, entre outras medidas.

De acordo com informações do portal G1, citando o Inmet, Belo Horizonte teve o dia mais chuvoso da história da cidade, desde o início da medição climatológica há 110 anos. Em 24 horas, de quinta a sexta-feira (24), o acumulado de chuva chegou a 171,8 milímetros em Belo Horizonte.

Os Estados do Espírito Santo, onde já foram registradas mortes, e do Rio de Janeiro também foram afetados pelas chuvas.

No sábado, a Vale elevou o nível de alerta da Barragem Sul Inferior, da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), citando as fortes chuvas na região.

"Em razão das fortes chuvas na região, ocorreu uma erosão na parte interna do reservatório da estrutura, que se mantém estável", afirmou a companhia em comunicado no sábado, quando disse que acionou o nível 2 do Plano de Ação de Emergência.

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Segundo o boletim, 9.607 pessoas tiveram que deixar suas casas emergencialmente (desalojadas) e 1.823 perderam a moradia. O governo estima que mais de 11,4 mil pessoas foram atingidas de alguma forma pelas chuvas fortes. 

Neste domingo, a chuva deu uma trégua, o que possibilita o avanço do resgate. O trabalho é feito em uma área de declive onde houve desabamento de casas. Por causa das chuvas, o solo ficou encharcado e abalou a fixação das casas no terreno. Ainda há risco de novos desabamentos. O deslizamento de encostas foi a principal solicitação de atendimento à Defesa de Civil desde quinta-feira.

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Agricultura: Previsão antecipava final de semana com muita chuva para áreas do café; colheita de grãos foi paralisada em MG

O final de semana será de muita chuva para todo o Sudeste e Centro-Oeste do país, alertava o Inmet na sexta-feira aqui no Notícias Agricolas. Segundo a previsão, os volumes que já têm sido expressivos nas duas regiões tenderiam a continuar registrando acumulados expressivos para áreas de produção de café em Minas Gerais e Espírito Santo e áreas de produção da soja no Centro-Oeste. Há previsão de chuvas para áreas do Matopiba nos próximos dias. 

O modelo Cosmo indicava que as chuvas seriam mais expressivas nas regiões produtoras de café em Minas Gerais na noite de sexta para sábado, com  volumes de até 125 milímetros nas regiões central e leste do estado. Nas demais regiões, os volumes esperados também tendiam a ser expressivos, entre 50 e 60 milímetros. 

Devido aos acumulados dos últimos dias, produtores relatam que a colheita de cereais no Sul de Minas Gerais está paralisada. Ainda não foram registrados prejuízos nas lavouras de café. "Choveu muito essa semana, a colheita de cereais está parada. A  situação ainda está sob controle, mas as chuvas podem prejudicar", destaca o produtor Bruno Lima, de Machado/MG.  

Os modelos indicam que as chuvas continuarão volumosas durante todo o final de semana, com volumes mais baixos sendo esperados para o domingo - entre 30 e 40 milímetros. Também continuará chovendo no Espirito Santo, estado que vem sendo castigado pelas fortes chuvas durante esta semana. Os modelos indicam precipitações entre 30 e 40 milímetros durante todo o final de semana. 

Chove em todo o Centro-Oeste durante o final de semana. A tendência é que as maiores chuvas sejam registradas em Goiás, com precipitações entre 30 e 40 mm, podendo ser registrados até 70 milímetros em alguns pontos da região central do estado. No domingo (26), são esperados volumes mais expressivos para o norte do estado, entre 70 e 125 milímetros. 

Ainda no Centro-Oeste, a previsão também indica chuvas para o Mato Grosso durante toda essa sexta-feira. Os models mostram ainda que os volumes devem ficar entre 20 e 40 milímetros, sendo os maiores volumes esperados para o centro e norte do estado. Também há previsão de chuvas para o norte do Mato Grosso do Sul, com precipitações entre 20 e 30 mm. 

As previsões indicam ainda chuva para todo o Matopiba durante o final de semana. Nesta sexta-feira, os volumes tendem a ser mais expressivos no sul do Tocantins - entre 30 e 50 milímetros. Também chove no oeste da Bahia, com acumulados previstos entre 20 e 30 mm. Os modelos mostram chuvas para todo o estado do Maranhão e Piauí, porém em volumes mais baixos nas próximas 24 horas. Não estão descartadas possibilidades de pancadas de chuvas isoladas em toda a região.

Defesa Civil mantém alerta de risco alto para chuvas no ES

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Espírito Santo mantém alerta de risco “alto” em 22 cidades. Há risco de movimentação de massa, como deslizamentos, em dez áreas e risco de chuvas em 11 localidades. No município de Muniz Freire, onde há 16 cachoeiras, há risco de enxurradas.

Além dessas cidades, há risco “moderado” em mais de 50 municípios. Segundo dados da estação meteorológica, 16 municípios acumularam mais de 35 mm de chuva nas últimas 24 horas.

As chuvas se intensificaram no Espírito Santo a partir do dia 17 de janeiro. O governo estadual já decretou situação de “calamidade pública” para os municípios atingidos até aquela data: Iconha, Vargem Alta, Alfredo Chaves e Alto Rio Novo.

Conforme o boletim geo-hidrológico disponível no serviço de alerta do estado, neste domingo (26) e na segunda-feira (27) “considera-se muito alta a possibilidade de eventos geo-hidrológicos no centro-sul do Espírito Santo, devido aos altos acumulados dos últimos dias e à continuidade de chuvas previstas para essa região. Considera-se alta a possibilidade de eventos geo-hidrológicos no norte do estado do Espírito Santo.”

Veja o mapa de previsão de precipitação para as próximas 93 horas: 

93 horas - Inmet
Fonte: Inmet 

Veja a precipitação acumulada nas últimas 24 horas em todo o Brasil: 

Últimas 24 horas - Inmet
Fonte: Inmet 

Governo disponibiliza R$ 90 milhões para regiões atingidas por chuvas

O Governo Federal tem R$ 90 milhões disponíveis para liberação imediata aos municípios atingidos por chuvas desde 17 de abril. A informação é do ministro do Desenvolvimento Regional, Márcio Canuto. Neste domingo, o ministro esteve em Belo Horizonte em reunião com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e com prefeitos de cidades atingidas pelas chuvas. De acordo com ele, há possibilidade de aumentar os recursos com remanejamento orçamentário.

Técnicos do ministério estão à disposição das prefeituras municipais para capacitar e ajudar municípios na solicitação formal dos recursos emergenciais. “É essencial preparar as cidades”, disse o ministro em entrevista coletiva em Belo Horizonte. Segundo ele, o objetivo “é não deixar que os papéis atrapalhem neste momento”. O governo deverá publicar ato reconhecendo a situação dos municípios para a liberação dos recursos.

Além dos recursos emergenciais, Canuto descreveu que será antecipado o pagamento do Bolsa Família para famílias atingidas que estão inscritas no programa. Pessoas afetadas também poderão fazer saques no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Em outra frente de atendimento à população, o ministério da Saúde está distribuindo medicamentos necessários e identificando hospitais do SUS para atendimento de necessitados.

De acordo com Romeu Zema, “a quantidade de chuvas [que caiu em Minas] foi a maior da história desde que se iniciou a medição”. O governador quer apoio federal para ações emergenciais e, após as chuvas, recursos para reconstrução das áreas afetadas.

Conforme Zema, que fez um sobrevoo na região, os pontos mais atingidos são aqueles que têm ocupação desordenadas e algumas pessoas vivem em “verdadeiros despenhadeiros”. Ele declarou ainda que a solução do problema é de longo prazo, como um “plano habitacional”.

Em Minas Gerais, as enchentes e deslizamentos de terra por causa das chuvas causaram 38 mortes até o momento. Quarenta e sete municípios tiveram estado de emergência decretado pelo governo estadual. No Espírito Santo, 22 cidades estão sob alerta de risco “alto” conforme a Defesa Civil.

Bolsonaro acompanha os desastres causados pelas chuvas

Em viagem oficial à Índia, o presidente Jair Bolsonaro disse à imprensa que tem conversado com o vice-presidente Hamilton Mourão e com o ministro do Desenvolvimento Regional sobre a crise vivida tanto em Minas Gerais quanto no Espírito Santo em razão das fortes chuvas.

“Mandei recado pro Mourão, ele está tomando providência. As Forças Armadas estão agindo em Minas Gerais e no Espírito Santo, fazendo o possível. Entrei em contato com o Canuto, ele já está ligado no tocante a isso. Agora, é uma área muito grande que foi atingida, é difícil atender a todos, mas estamos fazendo o possível”.

Serviço Geológico lança mapa online sobre áreas de risco no país

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) lançou uma plataforma interativa que reúne informações sobre áreas com alto risco e muito alto risco de deslizamentos de terra, inundações, enxurradas e quedas de rocha, em mais de 1.600 municípios brasileiros. O serviço é um mapa online e contém uma base de dados que pode ser usada por gestores nacionais, estaduais e municipais, como as defesas civis de cada região, além da comunidade acadêmica, empresas privadas e a sociedade.

Segundo a chefe da Divisão de Geologia Aplicada da CPRM, Sandra Fernandes, que coordena o trabalho de mapeamento de áreas de risco no país, o serviço é um visualizador que funciona como se fosse um mapa online.

"O mapa contém todas as informações que foram levantadas pelo Serviço Geológico do Brasil de 2012 até agora, referentes às condições de risco geológico, suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundação e mapeamento de perigo de movimentos gravitacionais de massa", disse Sandra.

O mapa online mostra as áreas que apresentam condições de risco alto e muito alto nas regiões urbanas e delimita em campo, com base no número de moradias e de pessoas ali residente, quais são os processos que podem ocorrer em cada área. O mapa tem atualização constante e indica a quem o consulta se na área em pesquisada é considerada "de risco alto ou muito alto e se é propensa ou não para ocorrências que podem gerar risco”, explicou Sandra.

Os mais de 1.600 municípios que constam do mapa localizam-se em 25 estados – estão de fora apenas Mato Grosso, onde o mapeamento ainda não foi feito, e o Rio e Janeiro, onde o trabalho é feito pelo Serviço Geológico do Estado do estado.

"É um número crescente", afirmou a chefe da Divisão de Geologia Aplicada da CPRM. Ela informou que, anualmente, é feita uma programação com o governo federal com foco em uma setorização em novos municípios ou na revisitação àqueles em que o levantamento começou, entre os anos de 2012 e 2014. "Isso porque a condição de risco é dinâmica e vai se modificando à em que aumenta a densificação urbana, ou quando o próprio município faz alguma modificação, seja estrutural, com obras de contenção,ou até mesmo não estrutural, para saber lidar com a condição de risco do município”, explicou.

O acesso ao programa é feito pelo site do Serviço Geológico do Brasil. Pelo sistema de busca, o usuário pode localizar o município de seu interesse e, nos menus que se encontram no final do mapa, filtrar e cruzar dados sobre os produtos cartográficos elaborados pela CPRM.

Já na noite de sexta temporais atingiam cidades e causaram mortes em Minas Gerais (Agencia Brasil)

Diversas cidades em Minas Gerais foram atingidas por fortes temporais. As chuvas ocasionaram deslizamento de terras, alagamentos, danos a estruturas como prédios e casas e vítimas. Na cidade de Ibirité, o deslizamento de um barranco provocou um soterramento. Até a noite de hoje (24), duas mortes haviam sido confirmadas.

Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, as fortes chuvas atingiram não somente a Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas também outros municípios, como Ouro Preto, Divinópolis, Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Pará de Minas, Lagoa da Prata, Entre Rios de Minas, Muriaé e Brumadinho.

Ainda de acordo com o órgão, na noite sexta-feira havia risco grande de deslizamento em nove cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte: Sabará, Rio Acima, Brumadinho, Contagem, Nova Lima, Betim, Ribeirão das Neves e Ibirité, além da própria capital. Há também possibilidade de alagamento e inundação em pontos de cinco cidades: Belo Horizonte, Nova Lima, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Raposos.

Na cidade de Ibirité, foi registrado um soterramento. Até a noite de hoje (24), uma mulher uma criança de seis meses haviam sido retiradas, nas duas primeiras mortes desde que a temporada de temporais começou no estado. O Corpo de Bombeiros ainda faz buscas para identificar se há outras vítimas.

Belo Horizonte

Desde ontem, foram 474 ocorrências, segundo a Defesa Civil de Belo Horizonte. A maioria está relacionada a riscos geológicos, como deslizamento de terra (72), deslizamento de encosta (36), alagamentos (54) e tombamento de estruturas.

O órgão utilizou seus canais nas redes sociais ao longo do dia para indicar os locais com maior intensidade de chuva e pontos de alagamento na cidade. Os informes foram distribuídos também por meio do Whatsapp e de SMS.

O órgão orientou moradores a evitar esses locais para não se colocar em situação de risco. Também recomendou atenção a sinais como rachaduras na parede e no solo, portas emperradas, inclinação de poste ou de árvores e riscos de deslizamento em barrancos.

A prefeitura suspendeu as atividades em escolas municipais em razão das chuvas. A administração também orientou outras unidades educacionais a agir da mesma forma. O início das aulas, previsto para 5 de fevereiro, foi suspenso até nova decisão da administração municipal.

Contagem

Em Contagem, houve pontos de deslizamento de terras e desabamento de casas. Três pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas ao hospital municipal da cidade. Em razão dos riscos, 29 residências foram desocupadas. No total, 240 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. Três abrigos foram montados para acolher famílias nessa situação.

Durante o dia de hoje, foi registrada inundação em um ponto. No início da semana, o prefeito da cidade, Alex de Freitas (sem partido), reconheceu que o problema dos alagamentos está relacionado à ausência de sistemas de drenagem.

“As medidas com relação à drenagem são a retomada de obras que eram do governo do estado e passarão para o município a execução dessas obras, que são bacias de contenção. Há anos que o estado está na execução dessas obras. Esperamos entregar ainda neste ano para que as chuvas do ano que vem já tenha isso”, disse o secretário municipal de Defesa Social, Décio Camargos.

 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas/AgenciaBrasil

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