Faltando um mês para fim do vazio sanitário, previsões indicam irregularidades das chuvas para o início do plantio

Publicado em 14/08/2020 10:41 e atualizado em 14/08/2020 11:37

Faltando um mês para o fim do vazio sanitário na região Centro-Oeste do país, o produtor já está atento às condições climáticas para a próxima safra. Segundo as últimas previsões do clima divulgadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os modelos não indicam um atraso significativo para a estação chuvosa, mas sim uma demora maior para regularização das chuvas na região.

As previsões indicam chuvas abaixos da climatologia para agosto, setembro e outubro para todo o Centro-Oeste, com exceção do sul do Mato Grosso do Sul que pode receber chuvas mais volumosas. "Não diria que teremos um atraso expressivo na estação chuvosa, mas pelo que indica a climatologia as chuvas devem firmar de vez apenas em novembro", afirma Naiane Araújo, meteorologista do Inmet. 

O mapa de previsão de anomalias para agosto indicam as precipitações podem ficar pouco acima da climatologia - entre 10 e 50 mm em grande parte do Mato Grosso. No Mato Grosso do Sul, conforme indicado, apenas o extremo sul pode ter volumes mais expressivos de chuvas. Já em Goiás, a tendência é que chova apenas 10 mm a mais acima da climatologia. O modelo indica ainda um bom período de chuvas para o Paraná, São Paulo e chuvas com 10 mm acima em áreas de Minas Gerais. 

Veja o mapa de previsão de anomalias válido para agosto/2020: 


Fonte: Inmet 

 

Já a previsão para Setembro diminui as chances de chuvas acima da média para todo o Brasil Central. Segundo as previsões, novamente apenas o Mato Grosso do Sul pode receber chuvas acima da normalidade, na região Centro-Sul com volumes entre 50 e 75 mm acima da média. Já o Mato Grosso e Goiás devem registrar pelo menos 10 mm a menos de chuva durante setembro. 

Também chamam atenção as condições para o Sudeste, com destaque para todo o estado de Minas Gerais que também tem como tendência registrar 10 mm a menos de chuva. Já para parte mais baixa do país, o Rio Grande do Sul deve ser o estado com menos volume. O modelo aponta chuvas com até 50 mm a menos de precipitação para áreas norte do RS. Em contrapartida, Santa Catarina e Paraná podem registrar pelo menos 50 mm a mais de chuvas.

Veja o mapa de previsão de anomalias válido para setembro/2020: 


Fonte: Inmet 

 

A irregularidade deve se manter durante todo o mês de outubro, segundo apontam as previsões do Inmet. A tendência é que neste mês o Mato Grosso acumule entre 50 e 75 mm abaixo na maior parte do estado. As condições são as mesmas para todo o estado de Goiás e norte do Mato Grosso do Sul, enquanto a região sul do MS deve permanecer com chuvas mais expressivas, podendo chegar a 50 mm a mais também em outubro. 

A tendência é que em outubro a parte norte de Minas Gerais volte a receber chuvas mais expressivas, com volumes entre 50 e 75 mm acima da climatologia. Na parte sul do estado as precipitações devem continuar abaixo do normal, entre 10 e 50 mm. 

Já no sul do Brasil, as previsões indicam baixa nos volumes também para Santa Catarina e Paraná. Em Santa Catarina, a condição mais crítica pode ser registrada no centro do estado, com até 150 mm a menos de chuva. No Paraná, os volumes mais baixos devem ser registrados na parte leste do estado. No Sul do Brasil, as chuvas podem continuar abaixo do ideal em todas áreas de produção. 

Veja o mapa de previsão de anomalias válido para outubro/2020:


Fonte: Inmet 

 

Últimas chuvas e condição do solo 
 

O mapa de precipitação acumulada dos últimos 90 dias confirmam o período de seca em toda a região do Brasil Central. De acordo com dados coletados nas estações meteorológicas do Inmet, apenas o sul do Brasil teve chuvas expressivas, com acumulados acima de 500 mm no Rio Grande do Sul.

Veja o mapa de precipitação acumulada nos últimos 90 anos em todo o Brasil:


Fonte: Inmet 

 

A falta de chuva no Brasil Central também já reflete nas condições do solo em toda a região. O mapa de umidade inicial do solo do COLA, na sigla em inglês, que é o centro de estudo Oceano-Terra-Atmosfera dos EUA ligado ao NOAA,  mostra que os níveis de água líquida no solo no Brasil central estão entre 35 e 40 centímetros, com destaque para áreas do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso entre 25 e 30 cm. 

As condições são semelhantes para o Maranhão, Piauí e Bahia. No Tocantins, as condições são mais confortáveis para o Tocantins, onde o modelo aponta entre 45 e 50 centímetros. No Sudeste, toda a região registra volumes entre 40 e 45 cm. 

Já o sul do Brasil, após passar por um longo período de estiagem, o modelo americano indica que as chuvas foram positivas, resultando em uma recuperação do solo nos três estados, com umidade entre 60 e 75 centímetros, com destaque para o norte do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina

Mapa de umidade no solo por profundidade em centímetros em todo o Brasil:


Fonte: NOAA 

 

 

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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