Redução da chuva no Sul, excesso no Norte e Nordeste, atraso no Brasil Central: 62% de chance do retorno do La Niña

Publicado em 19/03/2024 10:51
NOAA atualizou boletim e condições podem, inclusive, trazer ondas de frio mais intensas

A chance de um La Niña alterar o regime de chuvas durante o segundo semestre no Brasil é de 62%, de acordo com atualização mais recente da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA). A publicação destaca que o período de neutralidade será entre abril e maio, e que o trimestre junho, julho e agosto será marcado pelo retorno do fenômeno climático. 

Os produtores do Brasil sentiram os efeitos do La Niña por três anos consecutivos. Na sequência e afetando as condições atuais, o agronegócio sente a incidência do El Niño. Chama atenção o curto período de neutralidade entre um fenômeno e outro. 

Fonte: NOAA 

"O evento climático é caracterizado pelo resfriamento em grande escala da água superficial do oceano Pacífico Equatorial central e leste, juntamente com mudanças na circulação atmosférica tropical, que altera o padrão de ventos, pressão e precipitação e costuma causar menor ocorrência de chuvas na região Sul do Brasil e tempo mais chuvoso nas áreas mais ao Norte do país", complementa a Climatempo. 

É importante ressaltar que se manter os padrões observados recentemente, o La Niña pode atrasar o retorno das chuvas, além do risco na redução dos volumes a partir do mês de setembro em importantes áreas de produção agrícola. 

A redução nas chuvas, se confirmada, pode afetar as lavouras de verão na região Sul do Brasil. E consequentemente, o plantio no Matopiba, Norte e Nordeste do país que devem terr chuvas mais expressivas que podem ou não trazer algum transtorno para a agricultura. 

O inverno também pode ser mais seco e ondas de frio mais intensas não estão descartadas, entre julho e agosto. A Climatempo acrescenta ainda que pode acontecer novos episódios de frio tardio, no início da Primavera - em setembro em todo Centro-Sul do Brasil. Produtores do Sudeste e Centro-Oeste precisam estar preparados para o atraso da estação chuvosa. 


"Isso não significa um inverno rigoroso, eventualmente podemos observar uma ou outra frente fria avançando de forma continental e esse sistema pode vir com mais intensidade, ou seja picos de frio que podem ser extremos lá pela segunda metade do Inverno quando o fenômeno La Niña estiver mais estabelecido", prevê a meteorologista Nadiara Pereira, da Climatempo.

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Serra Catarinense tem amanhecer com geada e temperaturas negativas nesta quarta-feira (15)
Chuva deve continuar escassa sobre o Brasil-Central até o final deste mês, indica projeção da NOAA
Defesa Civil atualiza balanço das enchentes no RS - 15/5, 9h
Enchentes em Porto Alegre ainda devem durar semanas, dizem especialistas
Nas últimas três décadas, Sul registra aumento de até 30% na precipitação média anual