Chuvas retornam a áreas de soja do Brasil, mas Estados do Matopiba enfrentam seca, diz EarthDaily

SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas foram expressivas em grande parte das áreas produtoras de soja da região Sul e também em partes do Sudeste e do Centro-Oeste nos últimos dez dias, onde os volumes superaram a média histórica no período, mas os Estados do Matopiba ainda enfrentam tempo seco para o início do plantio, avaliou nesta quinta-feira a EarthDaily.

Segundo a empresa especializada no monitoramento agrícola por sensoriamento remoto com dados de satélite, a umidade para o início da safra melhorou de forma "significativa" em grande parte do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso e em algumas regiões do Sudeste e Centro-Oeste.

Mas a baixa umidade do solo permanece "crítica" em amplas áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba) e em regiões de Minas Gerais e do Centro-Oeste, "onde a ausência de precipitações regulares mantém o solo em condição de estresse hídrico".

"Essa situação pode provocar atrasos no plantio da soja e, por consequência, postergar o início da semeadura do milho segunda safra, com possíveis impactos sobre a produtividade", disse Felippe Reis, analista de cultura da EarthDaily, em nota antecipada à Reuters.

Na região do Matopiba, a precipitação acumulada em outubro foi 62% inferior à média histórica, segundo a empresa de análises. Minas Gerais registra situação semelhante --os níveis de umidade do solo estão entre os menores dos últimos dez anos.

Os trabalhos de plantio estão caminhando para a parte final em algumas regiões, enquanto precipitações são importantes para a confirmação de uma safra com potencial recorde no Brasil.

PREVISÃO CLIMÁTICA

Apesar das previsões dos modelos ECMWF e GFS indicarem chuvas acima da média em boa parte do Brasil para os próximos dias, ambos apontam baixos volumes para o Matopiba.

Entre 5 e 12 de novembro, as projeções do modelo ECMWF sinalizam aumento da umidade do solo em grande parte da zona da soja, com exceção do Matopiba, "onde o estresse hídrico deve permanecer severo, especialmente no oeste da Bahia", disse a EarthDaily.

(Por Roberto Samora)