Seca, enchentes e neve atingem commodities no mundo

Publicado em 15/12/2010 15:23 e atualizado em 15/12/2010 16:20
A seca e as inundações na Austrália, a neve na Europa e o frio nos Estados Unidos têm elevado os preços de uma série de commodities, desde o açúcar até o óleo para aquecimento e a soja.

A Austrália ocupa algumas vezes o segundo lugar no ranking dos exportadores globais de açúcar, atrás apenas do Brasil, mas as chuvas levaram a importante exportadora australiana Queensland Sugar Ltd (QSL) a considerar comprar açúcar bruto brasileiro e de origem tailandesa para honrar seus compromissos com outros compradores.

O Brasil também sentiu o impacto das condições climáticas adversas em suas operações de açúcar. O tempo seco afetou a produtividade e reduziu o volume esperado da moagem de cana.

Os futuros do açúcar negociados no mercado de Nova York (ICE) chegaram ao pico de 5 semanas na terça-feira com o impacto do clima sobre os principais fornecedores aliado a preocupações com a produção da Índia.

Enquanto o leste australiano enfrenta inundações, na região oeste a seca reduziu a produtividade anual do trigo em dois terços para seca de 3 milhões de toneladas.

"Alguns vendedores acreditam que o cenário da oferta global continuará apertado em um futuro próximo e esse impacto dos clima na safra australiana será novamente uma questão central em breve", disse um trader de grãos da Alemanha.

Na China, a seca tardia pode ter impactado o desenvolvimento pré-inverno do trigo em algumas áreas do norte, embora a umidade do solo ainda possa estar em boas condições.

"Esta safra vai depender se as chuvas iniciais da primavera vão corresponder às expectativas de produtividade", disse a agência de meteorologia Meteorlogix.

A nevada na Europa ajudou as plantações mais jovens de trigo a resistirem à temperaturas congelantes em principais produtores da União Europeia como a França e Alemanha, mas está contribuindo para atrasos do plantio que ameaçam a próxima safra da Itália.

LA NIÑA

O fenômeno climático La Niña, o qual tem levantando preocupações com as safras de milho e soja da Argentina, pode atingir o país sul-americano novamente na temporada e provocar danos ainda piores a produtividade, disse um especialista em meteorologia.

Eduardo Sierra, um conselheiro de clima da Bolsa de Grãos de Buenos Aires, disse que o La Niña pode reduzir a produtividade da soja em pelo menos 15 por cento. O La Niña provocou acentuadas perdas de safra na Argentina na colheita 2008/09.

ENERGIA

A demanda por energia cresce durante o inverno no hemisfério norte. Em algumas partes da China, o carvão, petróleo e gás podem ficar escassos durante os próximos meses de inverno, disse um importante órgão de planejamento econômico do país em comunicado.

Nos Estados Unidos, o tempo frio deve estimular uma queda dos estoques de derivados de petróleo de 500 mil barris. Os dados sobre as reservas norte-americanas de petróleo serão divulgados nesta quarta-feira.

As frentes frias nos EUA e na Europa ajudaram a elevar os futuros do petróleo negociados no mercado norte-americano para a máxima de 26 meses no início deste mês.
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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Flavio Schirmann Formigueiro - RS

    Estes programas de venda de máquinas agrícolas só são bons para as montadoras aumentarem seus lucros... Para os produtores, que tem que pagar esse juro extorsivo, em cima de um preço "inflado" das máquinas (Qual seu custo de produção?) vendendo produtos da cesta básica por preço abaixo do custo de produção (Quem se preocupa com o pereço dos insumos?) E o governo ainda sai de "bonzinho" junto a opinião pública, que fica contra esses "bandidos" dos produtores de alimento..até quando isso vai durar?

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