Código: Deputados discutem alternativas a trechos que podem ser vetados

Publicado em 17/05/2012 14:22
Nesta quarta-feira (16), a nove dias do prazo final para a decisão presidencial sobre o novo Código Florestal, os parlamentares voltaram  a discutir alguns projetos de lei como alternativas para trechos que podem ficar fora do projeto. Ontem, a Comissão de Agricultura voltou a debater o texto e o principal assunto em discussão foram os trechos que podem gerar qualquer insegurança jurídica aos produtores. 

"Sempre vamos ter de estar reformulando os pontos que estiverem em desacordo. Porque, na realidade, trata da ocupação do território brasileiro e seus seis biomas", disse o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), relator da proposta na Câmara. 

A expectativa é de que a presidente Dilma Rousseff vete os artigos referentes à recomposição da vegetação nas margens de rios e cursos d'água, encaminhando uma medida provisória ao Congresso. Caso isso aconteça, o texto poderia ser analisado diretamente pela Câmara e pelo Senado. 

Tentando se prevenir, deputados da agricultura já apresentaram alguns projetos de lei alternativos. O deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS), projeto de Lei 3835/2012, sugere regras específicas para propriedades de até quatro módulos fiscais , e prevê a criação de linhas de crédito destinadas à recuperação das áreas. "O agricultor familiar, de até quatro módulos, corresponde a 93% dos produtores do país. Por isso, temos que ter uma política própria", diz o deputado. 

Já a proposta de autoria de Luis Carlos Heinze (PP-RS), projeto de Lei 3846/2012, sugere que o governo financie o reflorestamento em pequenas propriedades e reduz as medidas de recomposição para todos. O projeto tem o apoio de sete partidos e tramita em regime de urgência. 

"O que não pode é o produtor bancar sozinho essa conta e toda a sociedade brasileira usufruir. Por que o produto não vai usufruir sozinho, é benefício para sociedade mundial e brasileira", defende Heinze. 

Já no Senado, a proposta que está tramitando é a da volta de pontos que vieram da casa e foram excluídos na votação na Câmara dos Deputados. Entre os principais assuntos estão as encostas e topos de morro, além da regulamentação do plantio em margens de rios e nascentes. 

Abaixo, um resumo dos dois projetos de lei. 

Projeto de Lei 3835/2012, de Elvino Bohn Gass

Para propriedades de até 4 módulos fiscais:

Rios de até cinco metros: recomposição de cinco metros
Rios entre cinco e 10 metros: recomposição de 7,5 metros
Rios com mais de 10 metros: recomposição entre 15 e 100 metros

Projeto de Lei 3846/2012, de Luis Carlos Heinze 

Para todas as propriedades:

Rios de até cinco metros: recomposição de cinco metros
Rios entre cinco e 10 metros: recomposição de 7,5 metros
Rios de 10 a 30 metros: recomposição de 15 metros
Rios com mais de 30 metros: variação entre recomposição de 60 a 100 metros

Com informações do Canal Rural. 
Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Medida provisória dá mais 180 dias para adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA)
Ferramenta de análise dinamizada vai agilizar a verificação dos dados do CAR pelos estados
Relator defende que Marco Legal do Licenciamento irá destravar o país
Fachin suspende reintegrações de posse em áreas invadidas por indígenas , até o término da Covid-19
MP que reabre inscrições no Cadastro Ambiental Rural (CAR) é aprovada