Entidades alertam para a produção em excesso do feijão caupi em 2018

Publicado em 05/12/2017 17:18

A safra de 2016/2017 foi uma temporada difícil para o produtor de feijão em termos de remuneração. Na hora de comercializar o produto os preços ficaram muito abaixo do custos de produção, além do excesso de feijão carioca na praça. Para se ter uma ideia, o preço médio em Minas Gerais do feijão carioca fechou R$ 107,00 saca de 60 kg e em São Paulo R$ 100,00. Com este cenário, existe uma preocupação que este problema de preços e excesso de carioca se estenda para o feijão Caupi em 2018.

 

Em entrevista para o Notícias Agrícolas, o presidente do IBRAFE (Instituto Brasileiro do Feijão), Marcelo Lüders, alertou que há uma forte tendência no plantio do feijão caupi. “Os produtores precisam tomar cuidado para não acontecer o mesmo que está acontecendo com o feijão carioca”. Lüders aconselha os produtores a diversificar o plantio de Caupi com outras variedades para evitar gerar uma oferta excessiva do grão.

 

O feijão Caupi apresenta algumas vantagens diante do feijão carioca e preto. Uma delas é a precocidade. De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Kaesel Damasceno, em alguns estados da região Nordeste o feijão Caupi colhe em 70 dias devido ao calor intenso. No Norte entre 75 e 80 dias. No Mato Grosso em 85 dias.

 

“Essa precocidade do feijão caupi atraiu os produtores porque eles conseguem plantar em safrinha. O Caupi entrou na janela que os produtores produziam milho” contou o pesquisador. Outra vantagem do Caupi diante dos outros feijões é que o grão é mais tolerante a seca devido a sua origem geográfica que é a África e também é mais tolerante a pragas.

 

Além da precocidade, resistência a pragas e menor custo de produção, outro atrativo para os produtores é que o feijão caupi tem bastante procura na exportação. “A Índia é um país com muito potencial para a exportação”, afirmou Kaesel.

 

Na safra 2016/2017 o estado do Mato Grosso foi o estado que mais produziu feijão caupi com 226 mil toneladas devido ao alto nível tecnológico dos produtores. A previsão é que área plantada aumente de 209 para 350 mil hectares, segundo o pesquisador. Fora os estados de Goiás e Minas Gerais que não tinham tradição na produção de feijão caupi e tem comprado sementes, além da região Nordeste que já produz tradicionalmente.

 

O fato é que a produção vai aumentar, mas para evitar o mesmo problema do feijão carioca o pesquisador faz um alerta. “O risco pode ser aliviado desde que exista diversificação na produção. Existem diversas variedades de feijão Caupi. O produtor precisa se informar. Vai vender bem quem tiver qualidade”.

 
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Por:
Bruna Braz

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