Ibrafe: A safra de feijão 2021 virou safrinha

Publicado em 30/10/2020 11:44

Apesar de que o ritmo de decisões e a avalanche de todo tipo de informações vão se acumulando, guardada as características de cada segmento do setor de produção e comercialização, às vezes precisamos sair um pouco e olhar com uma certa distância o que vem acontecendo. O mercado lento dos últimos dias, que ainda assim mantém os preços ao redor de R$ 250 FOB Minas Gerais, por exemplo, tem sido para o governo um golpe de sorte, se é que existe. O impacto na inflação está sendo amenizado agora e apenas postergado para os meses à frente.

Pelo lado do produtor que plantou com custos mais baixos e manteve a produtividade próxima do normal também está bom, não ótimo, mas bom. Os empacotadores estão às voltas com tantas novas exigências, como o cadastro no SIPEAGRO do MAPA (voltaremos neste assunto semana que vem), por exemplo, com a demanda de rastreabilidade, que mal se tem tempo de poder fazer uma análise mais detida, e as grandes marcas seguem vendendo e entregando, ainda que em um ritmo mais lento.

O dólar volta a valorizar e lá vai ficando mais caro o Feijão-preto, que tinha indicativos em R$ 280/290 na fronteira com a Argentina e deverá passar dos R$ 300 em poucos dias. Todos já sabem que não ficará tudo bem no abastecimento com a safra de São Paulo, então vamos olhar a safra do Paraná. Veja a tabela abaixo. Com 77% em desenvolvimento vegetativo, não estamos tão longe da média para este período em anos anteriores.

Com 1% frutificando, não teremos muito produto este ano. Mas olhe que o DERAL, departamento da Secretaria da Agricultura do Paraná, que tem uma boa margem de acerto, vai fechando os números em 148 mil hectares, com 80% em boas condições. Este número merece atenção. Esta área é, tomando os últimos números do DERAL, 56,69% menor do que a área total do Paraná plantada em 2010/11. Olha, dessa forma faz com que se entenda que estamos perto de ter o menor estoque disponível da história para dezembro até abril. É mais do que hora de que o MAPA trabalhe em prol de evitar momentos como este, que vão desestimular o consumo.

Fonte: Ibrafe

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