Deficiências logísticas matam a competitividade da avicultura catarinense

Publicado em 17/02/2012 16:09
Santa Catarina é o segundo maior Estado produtor de aves do Brasil e o maior exportador. A receita com as vendas externas supera 1 bilhão de dólares. O abate anual é de aproximadamente 700 milhões de aves. O Estado reúne 13.000 avicultores, dos quais 10 mil são integrados às agroindústrias. O setor emprega diretamente 40 mil pessoas e, indiretamente, mais 80 mil. 
As deficiências logísticas estão afetando o desempenho dessa cadeia produtiva, assegura o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Clever Pirola Ávila.

O porto de Itajaí concentra boa parte das exportações de aves congeladas, mas pode atingir seu limite e obstaculizar a expansão das vendas externas. Qual seria a solução?
 
Clever Pirola Ávila – Certamente existem alternativas em outros portos brasileiros, entretanto com custos logísticos adicionais importantes. A Associação Catarinense de Avicultura já preparou seu Plano Estratégico 2050 e manteve debates com o Governo do Estado de SC, inclusive com o Governador João Raimundo Colombo. Esse planejamento inclui ações público-privadas de infraestrutura para portos, rodovias e ferrovias.

O principal porto marítimo de SC não tem conexão ferroviária. A indústria avícola catarinense faria investimento em infraestrutura de transporte?
 
Ávila – Em nosso planejamento estratégico as ferrovias são um fator fundamental de competitividade e certamente ajudariam a manter no Estado de Santa Catarina as maiores agroindústrias brasileiras. A busca de multimodais de transporte flexibiliza a logística com novas alternativas, além da redução de custos.
 
Temos basicamente duas linhas vitais de concepção das ferrovias: a primeira para a importação de grãos (soja, farelo de soja e milho) de outros Estados e países vizinhos; a segunda, para escoamento da produção de proteína animal catarinense para os mercados de consumo e portos.
 
O formato de construção das ferrovias deve ser, ao nosso ver, através de parcerias público-privadas e acordadas num ambiente político suprapartidario e de longo prazo para termos a certeza da execução dos projetos, com início, meio e fim concretizados.

De que forma a avicultura barriga-verde administra o abastecimento de milho e os custos de produção nas granjas?
 
Ávila – Pagando o preço de mercado acrescidos de um custo logístico de importação do insumo do Paraná, centro-oeste e de outros países, como o Paraguai. Estamos importando aproximadamente 3.000.000 de toneladas anuais, que impactam diretamente em nossos custos. Somente o custo logístico está no patamar de dez reais a saca, o que deixa Santa Catarina menos competitivo. Além disso, o Estado não possui os mesmos benefícios do Governo Federal que são dados as outros Estados do nordeste que não produzem milho. Precisamos acordar para esta realidade e tomar providências em conjunto agroindústrias e governo, pois neste momento só temos uma certeza – a migração da agroindústria para Estados produtores de grãos.

A indústria avícola catarinense planeja implementar recursos de energias renováveis ??nas explorações agrícolas e fábricas?
 
Ávila – A produção da bioenergia já é uma realidade brasileira. Temos vários projetos de biogás implantados na cadeia produtiva, o que aumentará de forma exponencial nos próximos anos. Tecnologias Européia, Norte Americana e da Nova Zelândia estão acessíveis para este papel. O conceito dos projetos, além de produzir energia elétrica, ajuda a reduzir emissões de gás do efeito estufa.
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Fonte:
Acav

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