PorkExpo 2016: Dieta líquida pode ser alternativa para redução de custos na suinocultura

Publicado em 19/10/2016 15:31

A produção de suínos depende de fatores com uma boa conversão alimentar, produção de carcaças de qualidade e redução da mortalidade dos animais. Neste sentido, a conversão do alimento é a variável mais importante para medir a eficiência nas fases de crescimento e terminação de suínos. Dessa forma, a maneira como o alimento é fornecido aos animais apresenta grande importância na conversão alimentar, como também na redução dos custos com alimentação.

Uma alternativa já disponível no Brasil há mais de 15 anos, mas ainda pouco difundida, é a dieta líquida cujo objetivo e reduzir os custos com nutrição. A prática consistente, especialmente, na possibilidade de utilização de subprodutos de indústrias locais, como silagem, soro e resíduos de panificação, entre outros, para compor a ração animal.

"Assim conseguimos agregar redução de custos e ganhos de produtividade. Esses fatores são extremamente importantes, especialmente, em anos de dificuldades como os suinocultores vem enfrentando em 2016", explica Vilceu Almeida de Oliveira, gerente nacional de vendas da Big Dutchman, empresa líder no mercado nacional de alimentação líquida, durante o evento PorkExpo 2016.

Esse mecanismo se destaca especialmente em sistemas que estão distantes dos grandes polos de produção de grãos, tendo assim, custos mais elevados. Segundo Oliveira, a utilização da alimentação líquida ainda é concentrada em estados como Santa Catarina e Paraná, porém "já é possível observar um grande potencial de expansão para regiões do Centro Norte do país."

Em países europeus a nutrição líquida corresponde a mais de 50% da produção, que contam com granjas altamente tecnificadas capazes realizar a mistura de forma automatizada. No Brasil, apesar de ainda ser restrita para os suínos terminados [apenas 2% da produção], se trata de uma tecnologia que apresenta grandes vantagens para a produção suinícola em relação ao uso de alimentos sólidos, tendendo a se fazer cada vez mais presente nas granjas brasileiras.

A ração corresponde atualmente a mais de 73% dos custos de produção total. Estudo realizado entre 2006 a 2009 com grandes integradoras brasileiras foi possível constatar ganhos de até 7% com a alimentação liquida em detrimento da seca.

Para Oliveira, os suinocultores - apesar de conhecerem os benéficos da técnica - ainda seguem a forma tradicional por questões culturais. "A dieta líquida foi mal introduzida no Brasil, sempre ligada a altos custos e com ganhos muito próximos a nutrição seca, dificultando a disseminação da pratica em território nacional", explica.

Por outro lado, as recentes linhas de crédito oficial prometem facilitar a aquisição da tecnologia no Brasil.

Desvantagens

A principal desvantagem ainda é o custo inicial de implantação, tendo em vista que se trata de uma tecnologia de ponta. Para o gerente da Big Dutchman, "é preciso estabelecer esse tipo de nutrição no país para que, então, a produção dos equipamentos seja nacionalizada."

Atualmente o desenvolvimento dessas tecnologias está focado em mercados internacionais. Cerca de 30 a 35% dos maquinários ainda são importados.

Por: Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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