Bolsas de suínos fecham sem negociação por falta de demanda em meio a Covid-19

Publicado em 27/03/2020 16:14
Em Santa Catarina, preço de comercialização para o suíno independente chegou a 4,46% entre quarta e quinta-feira

Nesta quinta-feira (26), quando as bolsas de suínos em São Paulo e Minas Gerais negociam preços dos animais com os frigorígicos, não houve comercialização. Segundo Valdomiro ferreira Júnior, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), e da Bolsa de Suínos Paulista, “o fato de não ocorrer negociações, sinaliza claramente o momento que estamos atravessando, de incertezas e prejuízos consideráveis ao produtor.”

Em São Paulo, é a segunda semana consecutiva em que não há acordo entre as partes e o preço do animal vivo fica sem referência. De acordo com a APCS, há duas semanas o suinocultor paulista chegou a comercializar a arroba suína em R$ 112, e agor ao mercado aguarda as próximas horas para balizar os novos preços no mercado paulista. 

Segundo informativo da Bolsa de Suínos do Estado de Minas Gerais (BSEMG), também não houve acordo entre produtores e indústria nesta quinta-feira, e o preço de venda sugerido pela Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG) é de R$ 5,20/kg para o animal vivo. No dia anterior, o preço era de R$ 5,40/kg, o que significa que houve um recuo de 3,70%.

Conforme análise de Alvimar Jalles, médico veterinário e consultor de mercado da ASEMG, o mercado está sendo afetado pelas medidas tomadas em relação à contenção do Covid-19. "Prudência é aliada nesse momento. Alimentos são produtos essenciais e irão se normalizar antes de todos os demais".

QUEDA NOS PREÇOS E DIFICULDADE EM ESCOAR A PRODUÇÃO

Em Santa Catarina, conforme explica Marcos Antônio Spricigo, suinocultor e proprietário de um frigorífico em Arroio Trinta, também não houve comercialização de suínos entre produtores e frigoríficos, e uma nova rodada de negociação deve ocorrer na próxima semana. 

O preço de comercialização do suíno vivo em Santa Catarina nesta quinta-feira é de R$ 5,37/kg, queda de R$ 0,28 de um dia para o outro, o que representa redução de 4,96%. 

Ele afirma que as câmaras frias da indústria estão lotadas, já que a falta de demanda impede o escoamento da produção, e as granjas enfrentam a falta de procura por animais para abate.

"Vimos clientes preocupados, sem querer fazer pedidos, alegando falta de demanda. Em entrega de carcaça suína em Curitiba (PR), teve situação de clientes sérios, fidelizados, devolvendo porque estão sem condição de passar para frente, mesmo refazendo os preços", disse.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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