Suspensão de carne suína da Alemanha pode acumular 1,2 milhão de animais extras nas fazendas
A Alemanha alertou que suas fazendas podem enfrentar um excesso de mais de 1 milhão de suínos até o final do ano, já que as medidas do coronavírus causam atrasos nos matadouros.
Os matadouros do país têm operado com capacidade reduzida durante grande parte do ano devido aos surtos da Covid-19 e às precauções no local de trabalho. Isso desacelerou as vendas de suínos no maior produtor de suínos da Europa, e o atual excedente de cerca de 400.000 suínos prontos para abate pode triplicar até o final do ano.
A ministra da Agricultura, Julia Kloeckner, instou o Ministério do Trabalho a permitir temporariamente que os funcionários do matadouro trabalhem mais horas ou aos domingos, desde que as medidas de saúde e segurança permaneçam em vigor. Os fazendeiros dos EUA, outro grande fornecedor de carne suína, enfrentaram obstáculos semelhantes no início deste ano, quando uma enxurrada de fábricas fechou, levando os produtores a sacrificar milhares de animais.
“Os currais dos proprietários de porcos estão ficando cada vez mais cheios”, ameaçando o bem-estar animal, disse Kloeckner em um comunicado na quarta-feira. “A única maneira de resolver o problema até que o mercado se regule é restaurar ao máximo a capacidade de abate e corte.”
Os problemas são o mais recente golpe para o setor agrícola da Alemanha, que também sofre com um surto de peste suína africana em javalis. Mais de 100 casos foram relatados desde que a doença foi detectada pela primeira vez no mês passado, e vários importadores importantes proibiram a carne suína alemã, prejudicando os preços dos suínos.
O governo da chanceler Angela Merkel concordou com uma paralisação parcial de um mês na quarta-feira para conter um salto nos casos de coronavírus. As medidas incluem o fechamento de bares e restaurantes, o que pode reduzir a demanda por carne.
O rebanho de suínos da Alemanha era de 25,5 milhões de animais no início de maio, mostram dados do Federal Statistical Office.