Após semanas de pressão, preços do frango reagem e proteína volta a ganhar competitividade no atacado

Publicado em 20/06/2025 13:57
Com oferta controlada e compras antecipadas antes do feriado, preços do frango reagem pela primeira vez desde caso de gripe aviária e registram alta no atacado, reforçando a competitividade da proteína.

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Com a oferta mais ajustada e antecipações de compras antes do feriado, o mercado do frango ganhou força e competitividade frente às demais proteínas. Os preços do produto se mantêm firmes, com o frango inteiro se destacando frente ao dianteiro bovino e carcaça suína, atraindo a preferência do varejo e do consumidor.

De acordo com as informações da Scot Consultoria, os preços no mercado atacadista apresentaram recuperação na última semana. Desde o anúncio do primeiro caso registrado de gripe aviária em granja comercial no país, em 15 de maio, esta é a primeira vez que os preços têm variação positiva.

Nos últimos sete dias, no mercado atacadista, o frango médio teve alta de 3,7%, sendo negociado, em média, em R$7,05 por quilo. Nas granjas de São Paulo, os preços permaneceram nas mesmas bases, com a ave terminada cotada, em média, em R$5,50 por quilo.

A referência para o animal vivo no Paraná seguiu estável e está cotado em R$ 5,46/kg. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) também seguiu estável e está sendo negociada em R$ 4,73/kg.

Apesar de avanços nos preços, o aumento da oferta no mercado interno pesou sobre as cotações nas últimas semanas, moderando as margens do setor. “Os preços de carne de frango perderam sustentação, após os embargos de diversos países às exportações brasileiras”, informou o Itaú BBA. 

Segundo os dados do Cepea, após atingirem R$ 8,81/kg em 15/maio, a curva perdeu sustentação, com os preços recuando 16,3% até o dia 16/jun, voltando para R$ 7,37/kg, próximo da cotação de há um ano.

Com base no levantamento de quarta-feira (18), o indicador do frango resfriado permaneceu estável e está cotado a R$ 7,43/kg.  Já o frango congelado também ficou estável a R$ 7,43/kg.

No levantamento do Cepea mostram que os preços médios da carne de frango vêm caindo com força comparando-se esta parcial de junho com o mês anterior. As cotações das principais concorrentes (bovina e suína) também têm recuado, mas de forma mais moderada. Como resultado, a proteína avícola vem ganhando competitividade frente às substitutas, aponta o Centro de Pesquisas.

Segundo pesquisadores, a grande quantidade de carne de frango disponível no mercado interno em junho – diante das restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária – tem pressionado significativamente os valores dessa proteína.

A Scot Consultoria ainda destacou que quanto à gripe aviária, o prazo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) para retomar o status de livre da doença se encerra hoje (18/6).

Na ausência de novos casos em criação comercial, o Itaú BBA destaca que os embargos ainda vigentes deverão começar a ser retirados, mas isso dependerá da vontade dos importadores. “Isso não significa a restauração automática das compras externas, mas sim mais força nas negociações. A China, por exemplo, impôs um embargo de 60 dias a partir de 16/maio”, reportou a consultoria.

Além da China, a União Europeia, Coreia do Sul, Canadá entre outros países, seguem com um banimento a todo o país. Já o México, reduziu o embargo para apenas o RS, seguindo o Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Ou seja, apesar das menores restrições de alguns destes principais clientes externos, as exportações de junho, pelo menos, ainda deverão ser bastante afetadas.

Ainda que o grande assunto no setor sejam os impactos decorrentes dos mercados externos fechados, vale destacar o viés positivo dos custos de produção, com o milho devolvendo as altas nos últimos meses, com a consolidação dos bons números da safrinha e o farelo de soja bastante descontado.

Com relação aos custos ao avicultor, o Itaú BBA destacou que o spread do frango abatido, o mês de maio fechou com o indicador nos 44%, contra médias de 30% nos últimos 5 anos e 35% desde 2006. Em maio/24 o indicador estava em 38%. Já para o mês de junho, tomando os preços e custos estimados até a primeira quinzena, temos 2% de queda dos custos e preço médio da ave abatida 13% menor, ou seja, um spread de 36%.

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Por:
Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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