MAPA solicita da União Europeia medidas para retomada das exportações de carne de frango

Publicado em 11/07/2025 08:58 e atualizado em 11/07/2025 09:44
Em reunião com comissário europeu, ministro Carlos Fávaro defende controle sanitário eficaz e pede reconhecimento do país como livre de gripe aviária

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, solicitou formalmente à União Europeia o reconhecimento do Brasil como país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), com o objetivo de retomar as exportações de carne de frango ao bloco. O pedido foi feito nesta quinta-feira (10), durante uma videoconferência com o comissário europeu de Saúde e Bem-Estar Animal, Olivér Várhelyi.

A União Europeia suspendeu as importações do produto brasileiro em 16 de maio, após a confirmação de um foco da doença em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A medida segue o protocolo sanitário firmado entre o Brasil e o bloco europeu, que prevê suspensão automática em caso de detecção da doença em plantéis comerciais.

Durante a reunião, o comissário europeu solicitou ao governo brasileiro o envio de informações técnicas adicionais sobre a situação sanitária no país, como parte do processo de avaliação para uma possível reabertura do mercado.

Em nota, o Ministério da Agricultura informou que o encontro foi voltado à construção de um caminho diplomático e técnico para derrubar as restrições impostas pela UE, ressaltando que o episódio registrado em Montenegro foi pontual, contido de forma eficaz e sem impacto significativo no status sanitário geral do país.

Ao final da videoconferência, o ministro Fávaro afirmou que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está mobilizado para atender às exigências adicionais da UE com a maior celeridade possível. “Saio satisfeito com os encaminhamentos da reunião e confiante de que, com o envio das informações complementares solicitadas, o Brasil terá seu status sanitário devidamente reconhecido pela União Europeia, permitindo a retomada plena das exportações de carne de frango”, disse o ministro.

Também participaram da reunião o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart; o secretário adjunto de Defesa Agropecuária, Allan Alvarenga; o secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Marcel Moreira; o diretor do Departamento de Saúde Animal da SDA, Marcelo Mota; a chefe da Assessoria Especial de Comunicação Social do Mapa, Carla Madeira e o adido agrícola do Brasil em Bruxelas/UE, Glauco Bertoldo.

O comissário Olivér Várhelyi agradeceu a transparência do governo brasileiro em relação ao surto e reconheceu a agilidade das autoridades na contenção da doença. “Como você sabe, nossas regras vão além dos parâmetros definidos pela OMSA. Ainda precisamos de informações adicionais sobre seu programa de vigilância. Trata-se de um procedimento técnico e rotineiro, aplicado de forma uniforme tanto a países terceiros quanto aos próprios Estados-membros da União Europeia”, explicou Várhelyi na nota do Ministério da Agricultura. 

O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, segue defendendo que mantém um sistema de vigilância robusto e protocolos rígidos de biossegurança. A expectativa é de que, com a apresentação dos dados complementares, a União Europeia reconsidere a suspensão e restabeleça as importações nos próximos meses.

Nessa terça-feira, 8, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou nota informando que Filipinas, Singapura e África do Sul já retiraram as restrições aos embarques a carne de frango brasileira. 

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou por meio de nota que o saldo registrado em maio e junho demonstraram um impacto real inferior ao que se chegou a especular com as suspensões decorrentes do único foco identificado e já resolvido de Influenza Aviária em produção comercial. "Agora, com a publicação da autodeclaração do Brasil de Livre de Influenza Aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal, a maioria dos mercados retomaram o fluxo das exportações e outros deverão restabelecer em breve. A expectativa é que ocorra uma significativa evolução nos níveis dos embarques neste segundo semestre, ampliando o resultado positivo esperado para este ano”, avaliou. 

Por: Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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