Avaliação 2009 do setor suinícola
Em entrevista para <?xml:namespace prefix = u1 />assessoria de imprensa da ACCS, o presidente da entidade, Wolmir de Souza faz uma avaliação de 2009, o presidente fala das dificuldades que o setor enfrentou todo o ano e destaca alguns pontos decisivos para 2010. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Assessoria de Imprensa – Qual sua avaliação sobre o desempenho da suinocultura brasileira e catarinense em 2009 e quais as principais dificuldades enfrentadas?
Wolmir de Souza - A Suinocultura em geral tanto Brasileira quanto Catarinense vivem sem sombra de dúvidas um dos anos mais drásticos desde a sua existência. Mesmo com todos os esforços feitos pelos órgãos públicos e privados, as constantes crises que iniciaram 2009 com a perda das oportunidades de mercado externo, reflexo da crise econômica mundial, e que teve também prejuízo no mercado interno, logo em seguida a tão comentada Gripe A, intitulada de “Gripe Suína”, e o fator determinante e constante que inibem o crescimento dos preços que é a questão cambial. A soma destes fatores aliado a grande esperança de dias melhores levaram muitos produtores a falência. Apesar dos custos de produção ainda estarem ajustados, principalmente em relação ao milho, principal insumo, a dimensão das dificuldades fizeram com que não somente os produtores, mas também agroindústrias de pequeno, médio e grande porte passaram e passam por dificuldades, inclusive buscando recuperação judicial, incorporação ou até falência.
O diferencial de Santa Catarina para com os outros Estados é a grande expectativa que se criou com a aprovação das exportações para alguns países com Chile e Filipinas, a expectativa quanto ao mercado Europeu, China, Japão e outras missões que aqui estiveram e que resultou apenas em expectativas e investimentos, tanto do poder público quanto da iniciativa privada. O que restou foram frustrações e prejuízos intermináveis.
Assessoria de Imprensa – Muitos produtores desistiram da atividade, o que fez estes produtores abandonar a atividade? E os que continuaram estão buscando dias melhores, o que este produtor pode esperar para 2010?
Wolmir de Souza - Os produtores que deixaram à atividade, alguns até por falta de perspectiva, principalmente dos filhos, aqueles que representam a continuidade do setor suinícola, porém a grande maioria literalmente quebrou e o que ainda é pior, talvez nem mesmo vendendo seus bens consigam cobrir seus débitos. Para os que como eu continuam acreditando na atividade, esperam que as ações que estão sendo desenvolvidas no mercado interno tragam reflexo e os importadores realmente conhecem nosso status sanitário e passam a importarvolume projetado.
Assessoria de Imprensa – Um fato marcante para a suinocultura no Estado em 2009?
Wolmir de Souza - Tenho certeza que o fator que desencadeou grandes discussões e polêmicas no passado foi o fato da Rússia não importar carne suína de Santa Catarina. Até pelo grande volume importado por aquele país criou-se principalmente no setor de produção uma sensação de dependência econômica e o fator que marcou o ano de 2009, muito embora não tenha trazido reflexos positivos, foi quando no dia “03 de junho de 2009” a Rússia reabriu oficialmente as portas para a carne suína catarinense.
Assessoria de Imprensa – Quais as perspectivas para suinocultura nacional e no Estado em 2010?
Wolmir de Souza - Ser otimista faz parte do nosso trabalho. Embora reafirme minha preocupação com a questão cambial e com as políticas nacionais de governo, acredito seriamente em dois pontos;
1° - as ações feitas pelas entidades de classe focando no aumento do consumo interno deverão ter reflexos em 2010 e estes deverão refletir positivamente no setor de produção;
2°-Acredito que Santa Catarina terá oficialmente a abertura de novos mercados, gerando oportunidades e lucros.
Assessoria de Imprensa – Quais as conquistas da ACCS neste ano de 2009 e quais os projetos da Associação para 2010?
Wolmir de Souza - Fica difícil falar em conquistas quando produtores literalmente faliram ou saíram da atividade. Sei que não fizemos tudo o que era preciso, mas sim o que estava ao nosso alcance. Não fizemos ou conquistamos nada sozinho, mas com a colaboração de todos podemos elencar conquistas na área ambiental como o novo código catarinense, subsídios do governo federal com recursos para retenção de matrizes, milho via Conab, redução e isenção de tributos por parte do governo do Estado, ações visando o aumento das oportunidades de mercado como, apoio a implantação do SISBI/SUASA e o mais recente a criação do Instituto Nacional da Carne Suína, INCS.
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