Afinal, receita cambial do frango subiu ou caiu?

Na apresentação dos resultados alcançados pelas exportações brasileiras em janeiro passado, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC) causou alguma confusão no setor avícola ao afirmar, de um lado, que no grupo de produtos básicos a carne de frango in natura teve um aumento de receita da ordem de 3,9%, enquanto as tabelas divulgadas mostravam uma redução próxima de 1%. Afinal, a receita cambial do frango subiu ou caiu?
Subiu e caiu – depende apenas do ângulo analisado. Nominalmente, isto é, considerado o mês “cheio”, a receita cambial do frango in natura apresentou redução de 0,93%, recuando de US$336,610 milhões em janeiro do ano passado para US$333,493 milhões no mesmo mês de 2010.
Já em relação ao número de dias úteis do mês – janeiro de 2009, 21; janeiro último, 20 – houve um acréscimo superior ao apontado pela SECEX/MDIC ou, mais exatamente, de 4,03% (a diferença provém do arredondamento das cifras).
A análise sob o ângulo do embarque diário é útil, pois demonstra que o desempenho deste ano foi melhor que o do ano passado. Na prática, porém, o que vale é o resultado obtido no mês “cheio”. E, sob esse aspecto, o resultado do último janeiro só não é pior que o de novembro de 2008, quando a crise econômica mundial se refletiu de forma dramática sobre o setor.