MT: Famato quer implantação de programa nacional para qualificar leite
Para fomentar a cadeia leiteira do Estado a Federação da Agricultura e
Pecuária de Mato (Famato) quer a implantação do programa Alimento
Seguro (PAS), criado no âmbito nacional, com o apoio da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e executado por meio de
parcerias nos estados. As informações são do presidente da Comissão de
Pecuária de Leite da Famato, Alessandro Casado, após participar de
reunião, na quinta (15), com representantes estaduais na Comissão
Nacional da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Carlos Augusto Zanata, coordenador de pecuária da Famato, destaca que o produtor será instruído diretamente em sua propriedade, por um período de 10 meses, em 40 horas de prática no campo e mais 38 horas de formação teórica em grupo, ministradas por técnicos. “As aulas práticas abordarão todos os aspectos de uma produção segura como a higiene, qualidade da água, manejo, ordenha, refrigeração e estocagem de leite, cuidado reprodutivo do rebanho, entre outros”.
Como aliado, o programa poderá contar com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-AR/MT) nos treinamentos de capacitação.
Mercado
Mesmo em expansão, o mercado leiteiro tem preocupado os produtores brasileiros que nos últimos meses estão se deparando com o aumento da importação do produto. De acordo com Casado só no primeiro trimestre de 2010, o país já importou mais de 10 mil toneladas de leite em pó oriundos da Argentina, Uruguai e mais recentemente do Chile, o que força o preço pago ao produtor, no mercado interno, para baixo. “Desta forma o produtor se vê de mãos atadas, afinal para se manter uma boa qualidade, o leite não pode ficar por mais de 48 horas nos tanques resfriados”.
Zanata explica que para se produzir um quilo de leite em pó são necessários aproximadamente oito litros de leite. Portanto nessa conversão, o leite importado exerceu influência direta de cerca de 80 milhões de litros, o que gerou uma receita de aproximadamente R$ 54,4 milhões aos países vizinhos. “Neste período tivemos um impacto negativo sobre a remuneração do produtor, pois houve maior oferta, pressionando a queda do preço. Por isso temos que elevar o padrão de qualidade em toda nossa cadeia”, afirmou.
Segundo o indicador Cepea/Esalq o preço médio pago ao produtor na sexta (16) foi de R$ 0,68 o litro.