Agricultura catarinense terá um ano de recuperação

Publicado em 20/04/2010 10:58

As dificuldades enfrentadas em 2009 pela agricultura catarinense serão amenizadas, neste ano, pela recuperação dos mercados mundiais. O ano de 2010 será caracterizado por um período de recuperação para o setor de carnes e de relativas dificuldades para o setor de grãos.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Para uma ampla avaliação do agronegócio catarinense, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) reuniu dirigentes e líderes de sindicatos rurais do oeste na última semana, em Chapecó.

Nesta entrevista, o presidente José Zeferino Pedrozo faz um balanço do setor primário da economia barriga-verde:

 

·A agricultura ainda se ressente das perdas de 2009?

José Zeferino Pedrozo - Para a indústria de alimentos e, em especial, de carnes, o exercício de 2009 foi um dos mais difíceis da história recente da economia brasileira. Iniciou no ápice da crise econômica internacional, enfrentou os efeitos deletérios da gripe A e somente apresentou os primeiros sinais de recuperação no segundo semestre, exigindo medidas drásticas e reações corajosas dos empresários e demais agentes econômicos.

 

·Para 2010 as expectativa são otimistas e o segmento de carne espera uma forte recuperação?

Pedrozo – Sim. O ano de 2010 será de recuperação da economia brasileira. Em alguns setores será acelerada; mas prevalecerá, na média, um movimento lento e gradual. Depois de muito tempo amargando pesados prejuízos, os produtores rurais e, em especial, os suinocultores terão, em 2010, um ano de recuperação de renda e revitalização da atividade.

 

·O Sr. acredita que os suinocultores recuperarão as perdas dos últimos anos?

Pedrozo – Tudo indica que teremos um ano de forte recuperação para o criador de suínos, conforme já demonstram os preços atualmente praticados pelo mercado. A grande notícia para a suinocultura é que o mercado mundial será expandido em mais 60.000 toneladas. Três movimentos que afetarão e beneficiarão imediatamente a cadeia produtiva da suinocultura brasileira: a Rússia (que enfrenta um surto da temível peste suína africana) ampliou a cota em 20.000 toneladas; o Vietnam anunciou a abertura de seu mercado para 20.000 toneladas de carne brasileira e, da mesma forma, Filipinas comprará 20.000 toneladas em 2010.

 

 

·Os preços estão melhorando de fato?

Pedrozo – Depois de dois anos de prejuízos, os criadores de suínos começam uma escalada de recuperação de preços. Seis reajustes já foram concedidos neste ano pelas agroindústrias. Os novos preços assinalam uma fase de recuperação para o setor. Desde 2008, o mercado vivia um difícil período de oferta excessiva de suínos vivos para as indústrias e desajuste cambial, situação agravada com a queda nas exportações e redução do consumo. Agora, caminhamos para o equilíbrio.

 

·A avicultura, que também teve um ano ruim em 2009, conseguirá recuperar-se?

Pedrozo – Sim. Depois de um ano difícil, com queda no consumo mundial de carnes e situação cambial desfavorável, o setor caminha para a recuperação: a demanda internacional aumenta lentamente e os contratos que estão sendo fechados registram aumento de 10% no valor da tonelada.

 

·O câmbio continuará atrapalhando as exportações?

Pedrozo - A excessiva valorização do real frente ao dólar elimina a competitividade dos produtos brasileiros, que perdem mercados ou anulam a margem de rentabilidade. Prova disso é a exportação de carne de frango: o Brasil vendeu no mercado mundial, em 2009, um volume maior e obteve receitas menores em relação a 2008. Infelizmente, a política cambial não será mudada em 2010.

 

·Quais as recomendações da Faesc para as ações de política agrícola neste ano?

Pedrozo – O ano de 2009 foi bom para o grãos e péssimo para carnes. Em 2010, a situação inverte-se: o ano será caracterizado por um período de recuperação para o setor de carnes e de perdas para o setor de grãos. O Brasil e o mundo terão uma excelente produção de grãos e o mundo também. O excesso de oferta causará a queda nos preços da soja, milho e feijão. Por isso, serão necessárias ações de política agrícola para sustentação de preço.

 

·Como a Faesc recebeu a nomeação de Enori Barbieri para a Secretaria da Agricultura de SC?

Pedrozo – Considero como uma homenagem à Faesc e às classes produtoras em geral. A nosso pedido, Barbieri acumulará a função estatal com a vice-presidência da Faesc. Ele aproveitará a experiência que acumulou como vice-presidente da Faesc para orientar os projetos da Secretaria da Agricultura. É um líder competente que conhece a realidade econômica, social e humana de Santa Catarina.

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Fonte:
Suino.com

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