Preço do ovo recua no ano; mas apenas no varejo

Publicado em 06/05/2010 08:53
Acredite se quiser: enquanto os dados do próprio setor avícola indicam que o ovo registrava, no encerramento do primeiro quadrimestre de 2010, ganhos de preço em relação aos valores obtidos no início do ano, os dados do Procon-SP apontavam redução de preço no varejo paulistano.

Em outras palavras, enquanto o preço recebido pelo ovo na última semana de abril foi 12,96% e 8,82% superior ao registrado, respectivamente, na granja e no atacado (cidade de São Paulo) na primeira semana do ano, no varejo da cidade de São Paulo o valor pago pelo consumidor pela dúzia do produto ficou quase 1,5% abaixo do preço de abertura de 2010.

Isso, claro, não tem grande significado, mas é fato inusitado. E se explica (do lado do setor produtivo) pelo fato de, no início do ano, os preços do produto se encontrarem bastante defasados. Isso quer dizer que o ganho foi apenas aparente, mesmo porque em relação ao mesmo período de 2009 registram-se quedas de 15,24% na granja e de 12,86% no atacado, enquanto no varejo a redução ficou em apenas 6,06%.

Por sinal, não parece equivocado afirmar que o varejo caminha indiferente às condições da produção. Assim, por exemplo, enquanto em meados da Quaresma o produto chegou a registrar (na granja e no atacado) incrementos de preço cerca de 30% superiores aos do início do ano, no varejo esse incremento foi de apenas 3%.

Isso quer dizer, também, que os preços pagos pelo consumidor caminham independentemente das condições de disponibilidade do produto. Dessa forma, enquanto variações de produtividade e de demanda fizeram com que, na granja, os preços variassem entre 24,81% e 17,69% abaixo e acima do valor médio registrado no período (ou seja: para um valor médio equivalente a R$1,02/dúzia, o preço pago ao produtor variou desde um mínimo de R$0,77/dúzia até um máximo de R$1,20/dúzia), no varejo essa variação não passou de 7% acima e abaixo da média (mínimo de R$2,53/dúzia e máximo de R$2,92/dúzia, para uma média de R$2,73/dúzia).

Como explicar essa estabilidade? Pela grande diferença (margem) observada nos preços do varejo. Na Quaresma, quando foi registrada a pior margem do ano para os varejistas, o preço pago pelo consumidor pela dúzia do produto foi 136% superior ao registrado na granja. Já a média do primeiro quadrimestre ficou em 171%.

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AviSite

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