Faesc quer prioridade para carne suína nas negociações entre Mercosul e União Européia

Publicado em 10/05/2010 16:40
Nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE) - retomadas neste mês para concluir o acordo de livre comércio birregional – o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, espera que seja priorizado o acesso da carne suína catarinense ao “velho mundo”.
A reivindicação da Faesc leva em conta que iniciarão nas próximas semanas as trocas de ofertas de liberalização para concluir o acordo de livre comércio. Essa disposição será assumida pelos negociadores e pelos chefes de governo dos dois blocos, em Madri, no próximo dia 17. Na mesma ocasião, uma reunião técnica vai definir o calendário das discussões, para iniciar as transações depois das férias de verão na Europa.
Pedrozo enfatiza que Santa Catarina é o único estado da federação brasileira que desfruta da condição sanitária de área livre de aftosa, sem vacinação, além de deter a maior produção de suínos do país. “Até agora, nosso privilegiado status rendeu muito prestígio internacional, mas poucos negócios foram efetivamente fechados”, observa.
O presidente da Faesc quer prioridade para a carne suína, historicamente deixada em segundo plano. Em 2004, a União Europeia ofereceu cota de 100 mil toneladas para a entrada de carne bovina do Mercosul com tarifa menor. O bloco quis três vezes mais, 300 mil toneladas. Dois anos depois, os europeus sinalizaram com uma espécie de compromisso: uma cota de 150 mil toneladas, dividida em duas parcelas, uma dada pelo acordo birregional e outra só depois da conclusão da Rodada Doha, de liberalização comercial, na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A questão do acesso de carnes do Mercosul será um ponto sensível nas discussões. O Mercosul era responsável por 90,5% de toda a carne bovina importada pela União Europeia em 2007. O percentual caiu para 82,5% no ano passado, em razão de barreiras sanitárias impostas por Bruxelas contra a carne brasileira. A medida derrubou a exportação do país em 58,2% para o mercado comunitário. O Brasil também tem grande participação na venda de carne de frango para a UE. Em contrapartida, o Mercosul não vende uma tonelada sequer de carne suína.
José Zeferino Pedrozo acredita que a negociação será facilitada, porque os dois blocos já mapearam os pontos centrais do acordo, nas últimas quatro reuniões desde junho do ano passado, ocorridas em Lisboa, Buenos Aires e Bruxelas.
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Fonte:
MB Com. Empresarial

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