Menor participação das exportações na produção explica situação do frango

Publicado em 31/05/2010 09:57
Cotejando-se as exportações brasileiras de carne de frango (dados da SECEX/MDIC) com a produção total (dados da APINCO) é possível constatar que em janeiro deste ano as exportações absorveram o mesmo baixo volume (cerca de 23,5% do total) registrado em novembro de 2008, mês em que a crise econômica mundial se abateu de forma severa sobre os negócios externos do frango.

Curiosamente, aliás, janeiro de 2010 teve, com variações mínimas, exatamente os mesmos ingredientes registrados em novembro de 2008: a produção (1 milhão de toneladas de carne de frango) foi apenas 0,2% maior; a exportação (233 mil toneladas) foi 0,7% menor; com isso, a disponibilidade interna (meio por cento maior) registrou diferença nominal de apenas 3,7 mil toneladas – apresentando um resultado que, em valores reais, correspondeu ao segundo maior volume da história do setor.

Lembrando que, após o episódio de novembro de 2008, a situação do frango só voltou a se firmar seis meses depois, fica a questão: será que tudo se repete?

Mas, especulações à parte, a realidade é que, na fase mais áurea das exportações (maio-agosto de 2008), o volume exportado absorveu quase 40% da produção total. A seguir, esse índice começou a regredir. Primeiro, porque a produção aumentou rapidamente; depois, porque – adicionalmente - as exportações recuaram. Foi o que voltou a ocorrer em janeiro passado.

Os dados disponibilizados pelo setor permitem avaliar essa relação até fevereiro. Mas supondo-se que em março e abril foram mantidos os mesmos padrões de produção e exportação de janeiro-fevereiro, as exportações terão absorvido cerca de 30% da produção interna – contra uma média de cerca de 33% desde janeiro de 2008.

Mas esses índices podem ter sido bem menores se a produção se elevou além do que foi registrado em janeiro. Por sinal, as condições de comercialização do frango apontam incisivamente nessa direção.

Fonte: AviSite

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