Menor participação das exportações na produção explica situação do frango
Curiosamente, aliás, janeiro de 2010 teve, com variações mínimas, exatamente os mesmos ingredientes registrados em novembro de 2008: a produção (1 milhão de toneladas de carne de frango) foi apenas 0,2% maior; a exportação (233 mil toneladas) foi 0,7% menor; com isso, a disponibilidade interna (meio por cento maior) registrou diferença nominal de apenas 3,7 mil toneladas – apresentando um resultado que, em valores reais, correspondeu ao segundo maior volume da história do setor.
Lembrando que, após o episódio de novembro de 2008, a situação do frango só voltou a se firmar seis meses depois, fica a questão: será que tudo se repete?
Mas, especulações à parte, a realidade é que, na fase mais áurea das exportações (maio-agosto de 2008), o volume exportado absorveu quase 40% da produção total. A seguir, esse índice começou a regredir. Primeiro, porque a produção aumentou rapidamente; depois, porque – adicionalmente - as exportações recuaram. Foi o que voltou a ocorrer em janeiro passado.
Os dados disponibilizados pelo setor permitem avaliar essa relação até fevereiro. Mas supondo-se que em março e abril foram mantidos os mesmos padrões de produção e exportação de janeiro-fevereiro, as exportações terão absorvido cerca de 30% da produção interna – contra uma média de cerca de 33% desde janeiro de 2008.
Mas esses índices podem ter sido bem menores se a produção se elevou além do que foi registrado em janeiro. Por sinal, as condições de comercialização do frango apontam incisivamente nessa direção.