Queda do euro deve favorecer exportações de frango da UE

Em recente análise sobre as perspectivas de exportação de carne de frango pelos 27 integrantes da União Européia, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) cita que embora continue enfrentando pesada concorrência no mercado internacional, “especialmente do Brasil”, o bloco pode ser favorecido pela queda de valor enfrentada pelo euro. Ressalta, por exemplo, que em cinco meses (de dezembro de 2009 para maio de 2010), o euro sofreu desvalorização de quase 20% frente ao dólar, recuando de, praticamente, US$1,51 para US$1,22.

No entender do USDA, as exportações de frango inteiro da França para o Oriente Médio devem manter-se estáveis. Há expectativa de que a Rússia permaneça como o principal mercado importador, seguindo-se a ela a Arábia Saudita, Hong Kong e Benin. As exportações da UE para a Ucrânia não devem apresentar recuperação devido a questões de câmbio e a “alguma instabilidade política”.

Avaliando com mais profundidade as exportações para a Rússia, o USDA observa que elas foram bastante afetadas no decorrer de 2009, não tanto pela crise econômica mundial mas, muito mais, em função da introdução, pelo governo russo, de novas normas relacionadas ao limite de resíduos e a questões de higiene. Como os europeus concordaram em atender as rigorosas exigências da Rússia, no final do ano a maioria dos exportadores europeus voltou a receber habilitação para acessar o mercado russo.

No entanto, não há grandes expectativas em relação a essa “nova abertura”. É que, no médio prazo, há total incerteza quanto à evolução das importações pela Rússia, já que o país vem reduzindo, sistematicamente, suas quotas de importação. O golpe mais recente está representado pela meta – fixada pelo governo russo – de alcançar a autossuficiência por volta de 2012. Isto pode demorar mais um pouco, mas os russos estão a caminho.