Com "Balde Cheio", produção de leite aumenta até 15 vezes

Publicado em 10/06/2010 08:52
Por Marco Aurélio Bergamaschi, médico-veterinário, doutor e supervisor do Sistema de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste.
O desempenho da pecuária leiteira nacional ainda é sofrível, apresentando baixos índices de produtividade por animal e por área.

Mesmo com os progressos dos últimos anos e apesar de possuirmos tecnologias para todas as regiões do Brasil, estas chegam de modo incipiente à maioria dos produtores de leite. A principal razão disso é a ausência de uma estrutura de assistência técnica, capacitada e competente, para o produtor rural, principalmente o pequeno proprietário familiar, importante elo da cadeia produtiva do leite.
Devido à reduzida produtividade e à baixa remuneração obtida no mercado, boa parte dos produtores está desmotivada.

Para reverter esse quadro, a Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) criou e vem desenvolvendo o Projeto "Balde Cheio".

O principal objetivo do projeto é viabilizar economicamente a propriedade leiteira, pela incorporação de tecnologias que permitam a redução de custos e a maior produtividade por área e por animal, mas com métodos inovadores.

O diferencial é a forma de trabalho, que consiste na capacitação de técnicos e de produtores, com a transformação das propriedades em "salas de aula" onde ocorrem os treinamentos.

As tecnologias são propostas, discutidas e é combinado um plano de implantação.

Os encontros são frequentes e a propriedade é assistida durante quatro anos, ficando depois independente.

O sítio fica sob monitoramento permanente de um técnico da extensão rural -com supervisão de um pesquisador da Embrapa- e é aberto a visitações.

Essa metodologia inovadora supera muitos dos problemas normalmente enfrentados na transferência, para o campo, do conhecimento gerado nas instituições de pesquisa.

Alguns resultados obtidos com o Projeto "Balde Cheio" são a obtenção de lucro em propriedades que antes eram deficitárias, o aumento da renda do pequeno produtor, a redução do êxodo rural e o aumento de 12 a 15 vezes da produção de leite por hectare por ano.

Cerca de 90% dos produtores conseguiam produção diária inferior a 80 litros no início dos trabalhos. Após a incorporação ao projeto, passaram a produzir de 300 a 1.000 litros por dia.

Os pecuaristas assistidos são pequenos produtores que estavam a ponto de abandonar a atividade e que hoje estão numa situação confortável.

"Ninguém vai ficar rico com pequena produção de leite, mas o pequeno produtor pode multiplicar sua renda, sair da pobreza, usar tecnologia e gerência, viver dignamente e com conforto", como costuma dizer Artur Chinelato de Camargo, coordenador do projeto.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Valor Econômico

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário