Rússia e China: Brasil não se beneficia da crise do frango com EUA

Publicado em 16/06/2010 09:32
Levando em conta que no primeiro quadrimestre de 2010 dois dos maiores importadores mundiais de carne de frango – Rússia e China – reduziram suas compras nos EUA em mais de 80% (no total, 285 mil toneladas a menos importadas), é quase natural concluir-se que o Brasil, principal exportador mundial, abocanhou alguma parte desse volume – a despeito de saber-se que, principalmente da parte da Rússia, há um esforço para a redução de compras no mercado internacional. Na realidade, porém, não foi isso que ocorreu e ao contrário do esperado, o total exportado pelo Brasil para os dois países também sofreu redução.

Colhidos no sistema Alice da SECEX/MDIC, os dados relativos aos quatro primeiros meses de 2010 mostram que foram exportadas para a Rússia, nesse período, 25.563 toneladas de carne de frango. Ou seja: houve, sim, aumento nos embarques. Mas o incremento foi de apenas 1,33%.
Já os embarques com destino ao mercado chinês (somadas as exportações para a China Continental e Hong Kong) caíram de 152.839 toneladas no primeiro quadrimestre de 2009 para 144.292 toneladas no mesmo período de 2010 – uma redução de 5,59%, que fez com que o total exportado para os dois países recuasse 4,61%.

O caso da China, por sinal, é no mínimo sui generis: o esforço do Brasil (inclusive do Presidente da República) para aumentar as exportações de carne de frango para a China parece ter sido compensado, pois o volume embarcado subiu de apenas 205 toneladas (ou, mais exatamente, 204.525 quilos de cortes, provavelmente patas de frango) para 30.089.254 quilos (30,1 mil toneladas).

Só que - como que compensando esse excepcional aumento (de 14.611%!) de exportações diretas para o mercado continental chinês - as exportações para Hong Kong retrocederam mais de 25%, ou seja, caíram de 152.635 toneladas no ano passado para 114.203 toneladas neste ano. Com isso neutralizou-se totalmente e ainda tornou-se negativo o aumento obtido junto ao mercado chinês.

É verdade que a receita cambial dessas exportações aumentou 19% no quadrimestre. Mas esse incremento é reflexo, quase todo, da valorização do preço médio do frango no mercado internacional.

Fonte: AviSite

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