Na última década peso médio do frango aumentou 11%
Dessa forma, enquanto em 2000 eram necessárias 522 cabeças de frango para produzir uma tonelada de carne, no primeiro semestre de 2010 apenas 470 cabeças foram suficientes para chegar à mesma quantidade.
Provavelmente, no entanto, os incrementos observados foram “puxados para cima” em decorrência não do potencial de rendimento genético do frango, mas de contingências de mercado. Assim, por exemplo, o alto peso alcançado no segundo trimestre de 2006 (praticamente o mesmo do segundo trimestre de 2010) é reflexo apenas da crise causada pelo surto (externo) de Influenza Aviária. Ou seja: sem mercado, as aves tiveram seu abate retardado e, com isso, ganharam mais peso no abate.
O mesmo fenômeno se repetiria em duas ocasiões posteriores: em 2008, momento em que, simultaneamente a um significativo aumento da produção, eclodiu a crise econômica mundial. E agora, em 2010, quando o aumento da produção (+10% no primeiro semestre) não foi acompanhado de concomitante incremento nas exportações (queda de 0,12% no semestre).
Disso resultou uma saída mais lenta dos frangos em produção, maior peso no abate e, em consequência, aumento exacerbado na oferta de carne – conclusão a que se chega ao observar que no sexto mês do ano o frango vivo teve seu menor preço em quase 30 meses.
Neste caso as estatísticas indicam que a disponibilidade interna aumentou cerca de 20% em relação ao primeiro semestre de 2009. Mas considerado o peso médio do frango no período, o índice de incremento na oferta interna deve ter sido bem maior.