Rússia começa a receber primeiras partidas de frango dos EUA

Publicado em 05/10/2010 13:47
Afirmando que “este é um acontecimento histórico”, o Inspetor-Chefe Sanitário da Rússia, Gennady Onishchenko, anunciou que chegaram ao país os primeiros lotes de carne de frango processada pelos EUA dentro dos novos padrões tecnológicos determinados pela legislação russa. A declaração foi reproduzida, ontem, pela agência de notícias russa Ria Novosti.
“Esta é uma daquelas raras situações em que os norte-americanos concordaram em atender padrões de segurança adotados por outro país – neste caso, a Rússia – e, com essa finalidade, reorganizaram sua produção”, disse Onishchenko.
Os novos padrões compreendem, principalmente, a proibição do uso de cloro e derivados na higienização final das carcaças de frango e adoção, apenas, dos produtos químicos aprovados pela Rússia.
Em função dessa exigência, os EUA – que em 2010 deveriam atender cerca de 80% (ou 600 mil toneladas) das quotas de importação da Rússia – tiveram o fornecimento suspenso desde meados de janeiro, o que fez com que suas exportações com destino ao mercado russo recuassem mais de 90% em relação aos sete primeiros meses de 2009, caindo de 410 mil toneladas para apenas 35 mil toneladas neste ano.
Teoricamente, a pendência entre EUA e Rússia foi equacionada no final de junho passado, quando os presidentes dos dois países, Obama e Medvedev, firmaram acordo a respeito em Washington. Mas três meses depois os exportadores norte-americanos continuavam a se queixar de que a abertura não ocorrera, enquanto autoridades russas alegavam que havia pendências técnicas a serem resolvidas.
Pela atual manifestação do Inspetor-Chefe russo, as importações foram retomadas. Não se sabe, porém, se em função, apenas, do atendimento pleno das exigências técnicas. Pois a realidade é que, com a quebra de suas safras, a Rússia enfrenta sérias dificuldades para manter sua produção animal, também afetada pelas altíssimas temperaturas do verão recém-findo.
Quer dizer: o que deve estar pesando, neste instante, são as necessidades de mercado, algo que transparece na afirmação [de Onischenko] de que a reabertura “é um acontecimento histórico”. Pois, afinal, proibições e entendimentos do gênero representam rotina de quase duas décadas nas relações comerciais entre Rússia e EUA. E em nenhuma outra ocasião o desfecho (sempre o mesmo, com a retomada das importações dos EUA) foi taxado de “acontecimento histórico”.
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Avisite

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