Volume importado de queijo e leite em pó é recorde
O último mês do ano foi responsável por 23% do déficit de 2010, ou seja, tivemos cerca de 115,8 milhões de litros a mais de leite. Resultado da exportação de 13,9 milhões de litros e importações recordes de 129,7 milhões de litros.
As importações foram impulsionadas basicamente por dois fatores: i) a taxa de câmbio chegou ao seu menor valor do ano (1,6934 R$/US$), aumentando nosso poder de compra e favorecendo a entrada de produtos lácteos no país; e ii) a crescente demanda e a oferta ainda engatinhando tornou o mercado doméstico equilibrado e garantiu a manutenção de bons níveis de preços no fim do ano, com o mercado de queijos apresentando os melhores resultados.
Nesse sentido, tivemos um expressivo volume de leite sendo importado sob a forma de queijos. Foram 64,7 milhões de litros de leite representando quase 50% das importações em dezembro e 9,5% do total das importações de 2010 (680,9 milhões de litros). A quase totalidade desse volume veio dos nossos vizinhos: Argentina e Uruguai, responsáveis por 50,8% e 44,7%, respectivamente.
Os altos volumes importados em dezembro, aliado a uma redução do consumo no início do ano levaram a uma queda nos preços do queijo nessa primeira quinzena de janeiro.
Outro produto que teve importante peso na balança foi o leite em pó, respondendo por 20% das importações de dezembro, ou 26 milhões de litros de leite. O destino de importação do produto (leite em pó integral, desnatado e semi-desnatado) foi também Argentina e Uruguai, de onde comercializamos 41,6% e 56,7%, respectivamente.
O cenário deve permanecer em curto prazo favorável às importações e desfavorável para o setor leiteiro nacional. O câmbio não deve sofrer grandes reajustes e o consumo ainda demora a retomar (estamos em período de férias escolares).
Em contrapartida, os preços no mercado internacional estão apresentando seguidas altas e o leite em pó integral já pode ser encontrado na faixa dos US$ 4.000/ton. Mesmo nessa faixa de preço, e novamente em razão do câmbio, temos dificuldade de exportar com o preço que pagamos pela matéria prima.