Carne de frango: tendências de exportação brasileira diferem das norte-americanas
É, não há dúvida, uma situação completamente diferente daquela projetada por aqui pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura. Pois, partindo dos resultados alcançados em anos anteriores, a AGE estimou que em 2020 o Brasil poderá estar exportando mais de 6 milhões de toneladas de carne de frango – incremento superior a 4% ao ano em relação ao final da década passada.
Claro que, da mesma forma que as projeções norte-americanas estão influenciadas negativamente pelos resultados dos últimos anos, as brasileiras podem ter sido influenciadas positivamente pela evolução excepcional registrada desde o começo dos anos 2000. Mas, não há dúvida, há melhores perspectivas para as exportações de carne de frango do Brasil.
Isso, entretanto, não será concretizado naturalmente. A tendência é de expansão significativa, mas é preciso conquistá-la dia a dia, mesmo porque, aumentando cada vez mais sua participação nesse mercado, o Brasil também estará cada vez mais na berlinda.
Igualmente, é preciso que sejam dadas condições ao setor para que se alcancem os resultados projetados. Uma delas é a existência em suficiência da matéria-prima básica do frango, o milho, questão já ressaltada por aqui recentemente (vide “Brasil precisa de uma política para o milho; urgentemente”).
Outra, igualmente fundamental, é a continuidade de implantação de uma política de saúde animal que garanta a manutenção do status quo sanitário do setor – reconhecido como “de alto padrão” pelas várias missões internacionais que têm inspecionado a produção brasileira. E, infelizmente, políticas do gênero sempre acabam em segundo plano quando há necessidade de contingenciamento das despesas públicas – como acontece agora neste início de Governo.
Não só a avicultura, mas toda a produção animal brasileira têm, hoje, importância fundamental – social, econômica – para o Brasil. E um potencial que assegura contribuição cada vez maior para o País. Não podem, pois, ser tratadas como atividades de segunda classe.