Desempenho do ovo na segunda semana de março
A realidade, porém, é que o advento do período de Quaresma (tradicionalmente, um “puxador” de preços do ovo) ainda não atuou sobre o setor. Em outras palavras, os ajustes registrados decorrem não do aumento da demanda mas, essencialmente, do melhor ajuste da produção ao mercado consumidor. O que, se mantido, antecipa momentos bem melhores para a atividade assim que o efeito Quaresma se manifeste efetivamente.
E o setor necessita que essas melhoras se concretizem, porquanto o fato de a cotação média do mês apresentar, no momento, incremento de 11% sobre março de 2010 não significa valorização do produto: um ano atrás, os preços pagos pelo ovo retrocederam 12,73% e, dessa forma, a média atual permanece aquém da registrada em março de 2009 (menos 3,07%). Mas não só isso: a queda, neste ano, persiste também em relação a março de 2008, caso em que o preço atual é, nominalmente, cerca de 10% inferior.
Obviamente, isso implica numa grave perda de poder aquisitivo do avicultor. Um ano atrás, por exemplo, uma caixa de ovos (a despeito da desvalorização anual de preços próxima de 13%) adquiria perto de duas sacas de 60 kg de milho, o principal insumo do ovo. Já neste ano, mesmo com a valorização de 11%, não é possível adquirir mais do que 1,2 sacas de milho, o que significa perda de 35% no poder de compra. Portanto, apesar das aparências, o atual preço do ovo apenas engana.
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