Exportação de frango está perto de estabelecer novo recorde

Publicado em 21/03/2011 08:50
Por José Vicente Ferraz, engenheiro agrônomo e diretor técnico da Informa Economics FNP.
Em fevereiro passado, as exportações brasileiras de carne de frango (inteiro, partes, cortes industrializados e salgado) totalizaram 296.585 toneladas e renderam US$ 588 milhões, um crescimento sobre fevereiro de 2010 da ordem de 5% e 22%, respectivamente.

O resultado acumulado neste primeiro bimestre de 2011 já é o melhor registrado em toda a história em termos de volume embarcado, superando o recorde anterior (primeiro bimestre de 2008) em cerca de 7%.

O recorde de receita cambial no período de 12 meses, ainda pertencente ao período entre setembro de 2007 e outubro de 2008 (US$ 7,111 bilhões), está prestes a ser batido, bastando que neste mês de março se repitam as receitas obtidas nos meses de janeiro e fevereiro.

Os resultados acima, especialmente no que se refere à receita cambial, são particularmente significativos quando se observa que praticamente igualam resultados de um período de grande euforia na economia mundial, logo sucedido por uma crise econômica global sem precedentes.
Acresce ainda que a apreciação cambial torna esse resultado particularmente digno de nota.
Os resultados das exportações brasileiras de carne de frango reiteram a enorme competitividade do produto brasileiro nos mercados internacionais ao mesmo tempo em que expõem o processo inflacionário que ocorre com os alimentos no mundo.

Aliás, a esse respeito, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) voltou recentemente a reavivar a tese -temporariamente relevada a segundo plano durante o auge da crise econômica- da crise mundial de alimentos.

A entidade chegou mesmo a sugerir que os países desenvolvidos revejam seus programas de produção de biocombustíveis, preocupada particularmente com os programas que utilizam o milho e a soja como matéria-prima para combustíveis alternativos aos derivados de petróleo.

Para o Brasil, as perspectivas parecem muito positivas. Embora o câmbio não nos favoreça, o país tem condições evidentes de ampliar a oferta no mercado mundial sem grandes esforços e num cenário de preços em alta, o que é uma situação muito particular na história.

Os trágicos acontecimentos no Japão, tendo em consideração que aquele país é um grande importador do produto brasileiro, representam uma ameaça nessa conjuntura, no mais que nos é bastante favorável.

Ainda a catástrofe japonesa é muito recente para uma avaliação do efetivo alcance dos fatos no consumo e, consequentemente, no volume de importações daquele país.

Os consumidores brasileiros aparentemente não têm grandes motivos para preocupação com uma eventual grande alta dos preços internos, pois existe capacidade no país de aumento rápido da produção para atender aumentos eventuais na exportação.

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Fonte:
José Vicente Ferraz

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