Faeg demonstra preocupação com excesso de importação de leite

Publicado em 14/04/2011 11:38

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, disse que é preocupante a excessiva importação de leite feita pelo País. Segundo ele, os últimos dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as importações de leite em pó praticamente triplicaram, apenas neste primeiro trimestre deste ano.

Para Schreiner todo esse leite importado no mercado brasileiro, somado a queda de preços pagos ao produtor podem causar um desestímulo da produção leiteira e gerar risco para toda a cadeia, que hoje é responsável por mais de 220 mil empregos no Estado. “Por motivos semelhantes, os produtores se sentiram desestimulados e isso fez com que Goiás passasse de segundo para quarto lugar no ranking da produção de leite no Brasil”, ressalta José Mário. Ele afirma que essas importações podem desconstruir toda uma cadeia leiteira estruturada e que houve muito esforço das entidades promovendo a assistência técnica e melhorando a qualidade do leite, em conjunto com o trabalho duro dos produtores rurais cada vez mais profissionais na gestão de suas propriedades. Outro ponto levantado pelo José Mário é a necessidade de negociação das cotas de importação com a Argentina.

O alerta foi feito na manhã desta quarta-feira (13) durante o oitavo Curso de Reciclagem Técnica em Pecuária de Leite no Estado de Goiás, realizado no Auditório Augusto Gontijo do Parque de Exposição Agropecuária Doutor Pedro Ludovico Teixeira. A iniciativa do evento é do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (Sindileite) com promoção do Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária de Goiás (Fundepec), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O Secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás (Seagro), Antônio Flávio Camilo de Lima falou da importância da capacitação dos produtores de leite como forma de profissionalizar ainda mais a produção da cadeia produtiva. O secretário lembrou os 18 anos que presidiu o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, onde presidia a capacitação através de cursos e treinamentos de Promoção Social e Formação Profissional Rural ao homem do campo.

Lima, que também preside o Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária em Goiás (Fundepec), comentou a sincronia com que a setor produtivo tem caminhado com o meio ambiente e como essa composição é fundamental para o desenvolvimento do estado e pode trazer melhores condições e maiores oportunidades. "Precisamos de políticas públicas associadas às ações da iniciativa privada e de entidades, com foco na sustentabilidade", reforçou. O secretário elogiou a atuação do Fundepec Goiás, considerado o fundo indenizatório mais bem constituído no País, e a importância de parcerias entre o setor público e o setor privado como exemplo o Fundepec e Agrodefesa. Antônio Flávio comentou sobre a viagem à China onde assinará protocolo de intenções entre o Estado de Goiás e a província de Hebei com investimentos daquele país para o fomento na produção de soja, nas regiões Norte e Nordeste de Goiás, além de relatar também outras ações como a Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC).

O presidente do Sindileite, Ananias Justino Jayme, fez a abertura oficial do evento e falou da importância do conhecimento técnico para uma melhor produção leiteira. Segundo ele, o diagnóstico realizado pela Faeg com os pecuaristas goianos de leite constatou que a falta de conhecimento técnico é a principal carência do produtor para o aumento de sua produção, e que este é o motivo do curso de atualização. “O parque industrial instalado hoje, em Goiás, tem capacidade para processar o dobro do que é processado. Somente com esse conhecimento técnico levado aos produtores que vamos efetivar a produção de leite com mais qualidade, maiores volumes e melhor rentabilidade ao produtor”, esclarece.

Leonardo Vilela, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) ressaltou o avanço considerável e amadurecimento da cadeia leiteira do Estado. O deputado federal licenciado agradeceu o convite para participar mais uma vez do evento de atualização tecnológica, onde foi palestrante, em edições anteriores. O deputado federal licenciado ofereceu sua experiência parlamentar para junto com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) buscarem explicações do reais motivos dessa importação exagerada que está ocorrendo no País. “Se o setor precisar, eu volto ao Congresso Nacional e reassumo meu cargo por 10 ou 20 dias e instauro uma CPI para saber o que está realmente acontecendo. Estou certo que o governador Marconi Perilo apoiaria minha iniciativa”, declara Vilela.

O oitavo Curso de Reciclagem Técnica em Pecuária de Leite no Estado de Goiás contou ainda com a presença do diretor-técnico do SEBRAE e presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás Wanderson Portugal; presidente da Agrodefesa Antenor Nogueira; presidente da SGPA Ricardo Yano; presidente da Adial Goiás César Helou; vice-presidente do Fundepec Goiás Uacir Bernardes; chefe da Divisão de Defesa Agropecuária da Superintendência Federal da Agricultura, em Goiás, Antônio Albino da Silva; chefe de gabinete da Emater Sidineis Cardoso e superintendente do Senar Goiás Marcelo Martins.

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Fonte:
FAEG- GO

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