Suinocultores dos três Estados do Sul se reúnem em busca de medidas emergenciais para o setor

Publicado em 02/06/2011 10:53
Em reunião realizada na manhã de ontem, 01 de junho, em Chapecó/SC, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos - ABCS, Irineu Wessler e o conselheiro técnico da entidade e ex-vice presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - ACSURS, Cleo Colombo Barbiero, além do Presidente da ACSURS, Valdecir Luis Folador, estiveram juntos de lideranças do setor, suinocultores não integrados e proprietários de mini-integradoras dos três estados do Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), que anunciaram uma série de providências visando à minimização das dificuldades que o setor suinícola está enfrentando nos últimos meses.

A importância do encontro foi representada pelo grupo de produtores presentes que juntos são responsáveis por ofertar no mercado mais 10 mil suínos por dia, ligados diretamente a mais de 6 mil famílias em 100 municípios da região Sul. Entre as medidas sugeridas está a redução de plantel, ou seja, uma diminuição de 10% das matrizes alojadas.

Para o vice-presidente da ACSURS e um dos coordenadores do encontro, Mauro Gobbi, presente na reunião, era necessária uma atuação massiva dos produtores para uma reação no mercado. “Há 4 semanas que os preços para suinocultor do sul vêm caindo e não havia outra saída a não ser reter os animais na granja”. Gobbi se refere a um dos acordos fechados entre os presentes que é a diminuição na oferta de suínos para abate, buscando com isso aumentar a demanda e equilibrar a balança comercial.

“Mas essa é uma medida emergencial”, garante o conselheiro da ABCS, Cleo Barbiero. Para ele, a melhor saída em longo prazo é a liberação de milho da Conab, em modalidade balcão a preço subsidiado (prêmio) para os suinocultores dos três estados do sul, que hoje está sendo vendido a R$ 28,00 na maioria das cidades da região Sul. Barbiero reforça que há espaço para represar esses animais nas granjas e que a expectativa dos suinocultores reunidos é que o preço reaja em algumas semanas, não só pelas ações dos produtores, mas também pela aproximação do período de inverno. Outro acordo firmado que pretende alterar a situação é o estabelecimento de um preço mínimo de comercialização nos estados: “Definimos que nenhum produtor irá vender abaixo do valor comercializado hoje”, explica o conselheiro.

De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, “o produtor não tem mais fôlego” e espera uma recuperação devido ao início do mês. Hoje o produtor integrado no estado recebe pelo quilo do suíno vivo R$ 2,00 e não integrado a R$1,90, enquanto o custo de produção está em média R$ 2,70, um prejuízo em média de R$ 80,00 por animal.

Para Odanir Farinella, produtor do Paraná, o encontro foi positivo. “A partir de agora vamos dar continuidade nas ações que foram encaminhadas e na próxima semana, nos reuniremos novamente para buscarmos soluções a nível federal, como é caso do milho, haja vista o alto custo de produção” finaliza.

Foram dados os seguintes encaminhamentos:

Produtor

- Diminuição na oferta de suínos para abate;

- Estabelecer um preço mínimo de comercialização;

- Redução do Plantel em 10% das matrizes;

Governo

- Isenção do ICMS para suínos vivos nos três estados do Sul pelo período de 120 dias;

- Liberação de Milho da Conab modalidade balcão a preço subsidiado (prêmio) para os suinocultores dos três estados do sul.

Fonte: ABCS

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