O que prevê a FAO para a avicultura mundial em 2011

Publicado em 14/06/2011 09:24
No texto a seguir, uma reprodução da visão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) a propósito da produção, importação e exportação de carnes avícolas no decorrer deste ano.

Em 2011, a produção mundial de carnes avícolas deve aumentar cerca de 2%. Isto corresponde apenas à metade da expansão registrada em 2010, mas, de toda forma, faz com que o volume produzido supere pela primeira vez a marca dos 100 milhões de toneladas. Além disso, continua sendo um índice de expansão maior que o das demais carnes.

Os altos preços das matérias-primas são atualmente, o maior desafio à produção de países como Brasil, China, EUA e União Europeia, os quais, juntos, respondem por cerca de dois terços da produção mundial.

Na China, a produção avícola vem se beneficiando do aumento da disponibilidade de reprodutores, do encarecimento das demais carnes e das restrições às importações. Mesmo assim, devido ao aumento dos custos, os índices de expansão da produção devem sofrer desaceleração – de 7% em 2010 para cerca de 3% em 2011.

Na União Europeia são antevistos ganhos apenas marginais. E o desafio, aqui, é encontrar a melhor adequação possível aos custos mais elevados decorrentes das novas exigências, a serem implementadas no decorrer de 2011, de bem-estar na produção de frangos.

A expansão de produção de Brasil e EUA deve ter como base a forte demanda do produto – determinada pelo preço mais favorável das carnes avícolas em comparação às demais carnes. Já na Rússia – onde, em 2010, investiu-se cerca de US$2 bilhões na produção avícola e a política agrícola está focada na busca da autossuficiência (para isso criando-se barreiras às importações e oferecendo subsídios no suprimento de matérias-primas) – o aumento de produção deve ficar ao redor dos dois dígitos.
Em termos sanitários, desde janeiro vêm sendo registrados novos focos de Influenza Aviária em Hong Kong, Japão, Mianmar, Coreia do Sul e Vietnã, ao mesmo tempo em que o vírus ainda permanece em circulação em Bangladesh, Egito, Indonésia e em vários outros países. Isto serve de alerta à comunidade global sobre o potencial risco para a saúde representado pelo H5N1 – em nível nacional ou mundial. Por sinal, são as doenças que estão por trás da previsão de uma redução da ordem de 2% na Ásia, ainda que se espere algum aumento de produção na Índia, Turquia e em outros mercados menores, como Irã, Iraque, Cazaquistão e Nepal, onde o número de granjas avícolas dobrou no último ano.

No tocante às exportações, são previstas negociações internacionais da ordem de 11,7 milhões de toneladas, índice que equivale a um incremento de 1,6% sobre 2010 – uma expansão bem mais modesta que os 4% registrados no ano passado. Destaque, na região, para a expectativa de aumento das importações por parte da Coreia do Sul, que registra forte demanda e, por isso, recentemente abriu espaço para a importação extra, livre de impostos, de 50 mil toneladas de carne de frango.

Estarão em alta, no ano, as exportações para o Japão, Hong Kong e Vietnã, bem como para o Oriente Médio. As compras do Japão podem, pela primeira vez, ultrapassar um milhão de toneladas, já que será preciso não só compensar a queda da produção local, mas também suprir a lacuna deixada por uma eventual queda no consumo de peixe. Que, se ocorrer, favorecerá em especial as carnes avícolas. Na África do Sul, a extinção, em 2011, de tarifas anti-dumping contra os EUA – que já duram uma década – pode favorecer as exportações norte-americanas.

Em conjunto, esses incrementos devem neutralizar a queda de importação de alguns mercados importantes. Da parte da União Europeia, por exemplo, são esperadas menos compras externas em decorrência da mudança das definições de uso da carne avícola congelada e da confusão em torno do sistema de licenciamento aplicado em 2010 – uma mudança política que pode levar o Brasil a recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Outro grande comprador – a Rússia, até recentemente maior importador mundial de carne de frango – deve conter ainda mais o acesso do produto importado a seu mercado, fazendo com que o volume adquirido externamente caia pelo quarto ano consecutivo. Nesse sentido, o governo russo já definiu para o corrente exercício uma quota de importação de apenas 350 mil toneladas de carne de frango.

Por fim, como resultado da imposição de direitos compensatórios e anti-dumping a seu principal fornecedor, os EUA, também a China deve importar um volume menor de carne de frango em 2011.

Entre os exportadores, a expectativa é de uma redução das vendas externas dos EUA no decorrer de 2011, o que pode levar aquele país a perder a posição de maior exportador mundial de carne de frango. E a queda, neste caso, será reflexo não só de uma produção mais ajustada, mas também das restrições de importação baixadas por Rússia e China.

Em consequência, o Brasil ganha condições de, em 2011, tornar-se o maior exportador mundial de carnes avícolas*, com embarques superiores a 4 milhões de toneladas – o correspondente a um terço do comércio mundial.

Ainda entre os grandes exportadores, as vendas externas da Tailândia devem continuar em expansão, baseadas sobretudo em carne avícola cozida, fornecida tanto para a União Europeia como para o Japão. E a China, graças aos investimentos que vêm sendo efetuados no setor, também deve aumentar suas exportações, especialmente para os vizinhos asiáticos.

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AviSite

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