Desempenho do frango vivo em julho de 2011

Publicado em 01/08/2011 11:24
A incipiente reversão de mercado iniciada em junho (então, o frango vivo valorizou-se menos de 1% em relação ao mês anterior) acentuou-se no primeiro mês do segundo semestre, apenas confirmando um comportamento que é habitual neste período do ano: com o início da entressafra da carne bovina começa, também, a reversão do mercado do frango.

Mas este começo de entressafra foi marcado, muito mais, por um ingrediente novo: a redução da produção e, com ela, uma oferta bem melhor ajustada à demanda, algo que já era previsto há mais tempo. Afinal, sem que houvesse qualquer redução dos custos, a remuneração obtida pelo frango vivo caiu mais de 25% no curto espaço de 60 dias, a ponto de tornar o produto oneroso para os criadores. Nessas circunstâncias, não havia como manter a produção anterior.

O primeiro efeito dessa redução foi o registro, em julho, da melhor variação mensal do frango em 2011 – um aumento de 9,5% sobre o mês anterior, contra variações positivas de 2,78%, 0,92% e 0,76% em fevereiro, março e junho; e variações negativas de 5,73%, 11,90% e 10,27% em janeiro, abril e maio.

Mesmo com isso, porém, o frango vivo apenas alcançou, em julho, a maior média de preços do trimestre maio-julho, continuando abaixo do registrado no quadrimestre inicial do ano ou, mesmo, em dezembro de 2010. Em decorrência, permanece com evolução negativa de preços no ano.

O menor preço, no entanto, não está resumido somente a esse aspecto. Por exemplo, o fato de o preço médio de julho ter aumentado 12,69% em relação a julho de 2010 é falacioso: no sétimo mês do ano passado a cotação retrocedeu cerca de 13% em relação ao ano anterior. Dessa forma, a média de julho de 2011 continua aquém, também, da média de julho de 2009. Ou, contra os R$1,77/kg atuais, R$1,80/kg dois anos atrás.

Outra falácia está no preço médio alcançado pelo frango vivo nos sete primeiros meses de 2011, da ordem de R$1,82/kg, valor 10,65% superior à média anual de 2010. Pois bem: lá, considerados os preços da ave viva e do milho, tinha-se uma relação de 1:4,6 (uma tonelada de frango adquirindo 4,6 toneladas de milho). Neste ano essa relação está em 1:3,4, o que significa que o produtor perdeu pelo menos um quarto de sua capacidade aquisitiva em relação à principal matéria-prima do frango. Portanto, o aparente ganho do ano não tem qualquer significado econômico ou financeiro para o produtor.

Agora, com a chegada da entressafra, espera-se alguma recuperação. Mas para que isso se concretize é fundamental o setor não esquecer que a remuneração justa só se mantém enquanto há equilíbrio entre o que é ofertado e o que é demandado.

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Avisite

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